Em um documentário que traz a alegria, simpatia e potência de Sidney Magal (Ou Magalhães?) passando pela sua história, principalmente a televisiva, é como conhecer seu ídolo, com ele contando a sua história.
Sidney Magal é um monumento musical, é inegável de como sua presença e suas canções estão na história da música brasileira. Hits como Sandra Rosa Madalena, Me Chama que Vou e Tenho já o credenciam como um dos grandes nomes da nossa música.
O documentário Me Chama que Eu vou de Joana Mariani é sobre a carreira de Sidney, mas também serve para conhecermos melhor Sidney Magalhães, o marido e o pai de família.
E como temos um músico com uma presença de palco inegável, com diversas músicas conhecidas e um estilo quase que único, o longa sabe se apropriar dessa força e da intensidade de Sidney para contar a história e ir passando pelas épocas.
O roteiro mantém essa estrutura como o seu porto seguro, usando a participação de Magal em diversos programas de televisão, principalmente os de entrevistas para extrair sua personalidade, e não precisar tanto das canções.
A grande surpresa, já que o material de marketing soube segurar, são os retratos familiar e da esposa, mostrando um lado que raramente é visto pelos fãs em uma grande entrevista bem intimista.
E o documentário tem uma aura de um filme musical, que passa pelos grandes sucessos de Sidney, e a diretora não se mantém em algumas músicas, é quase uma discografia completa.
Mesmo com uma história linear, sem se prender a datas, a montagem é certeira, unindo diversos momentos, participações e shows para construir uma narrativa. Ela não se prende a acontecimentos específicos e sim, gerais e construtivos, para manter a persona de Magal em evidência.
E com isso temos roupas coloridas, cabelos e rebolados espalhados pela trama, mas a história sabe os momentos de colocar os pés no chão e falar de Sidney como pai e marido, em cenas simples, sem precisar de grandes choros ou elementos dramáticos.
E mesmo com estes pequenos dramas, o longa não aprofunda situações mais duras do cantor, há citações apenas, o longa trouxe humanidade do cantor com facilidade, e um pouco de elementos ‘ruins’ se encaixariam bem ao filme.
As próprias curiosidades trazidas por essa grande entrevista, poderia ter espaço para mais temas, não que o longa perca força ou tenha problemas, mas como temos uma aura alegre demais pelo filme, poderia ter algumas dificuldades enfrentadas por Sidney pelo tempo.
E olha que esse filme explora todas as facetas de Sidney e suas mudanças ao longa da carreira, dessa capacidade de adaptação dele pelas fases ou décadas da música, mas sem perder a sua forma de se portar e de relacionar com o seu público principalmente.
Me Chama que Vou é um passeio pela vida artística de Magal e também mostra Sidney Magalhães. Você assisti pensando que vai receber um, e acaba conhecendo dois.
Nota: 3/5
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