Desaparecidos, entende que o tema duro que possui e propõe uma boa história, principalmente pela química da dupla protagonista. Confira a crítica completa do filme.

Baseado no romance The Killing Room, de Peter May, a história gira em torno de uma médica forense francesa chamada Alice Launey (Olga Kurylenko) que viaja até a Coreia do Sul para um simpósio sobre sua área de estudos. Entretanto, lá ela é procurada pelo policial Jin-Ho (Yoo Yoon-Seok) que afirma precisar de sua técnica para identificar corpos, a fim de solucionar um caso. Logo, a dupla se vê envolvida em um mistério sobre tráfico de órgãos.
É uma trama dura, com um tema difícil, e parecer como se fosse uma simples investigação de uma dupla seria um caminho fácil e conhecido pelo cinema, mas Desaparecidos entende que precisa de seriedade para criar a empatia com o espectador, e ter uma dupla que não só ‘solucione’ o caso e sim, consiga mostrar a realidade de alguma forma.
Apenas o primeiro ato que demora a se construir e se estabelecer, pois o longa leva algum tempo para mostrar as habilidades da dupla, principalmente o policial Jin-Ho já que ele se encarrega apenas no auxílio com a língua. O filme inclusive, fica interessante a partir do momento que vemos outras camadas do personagem.
Por ser um filme de suspense e drama, ele tem um escalonamento de informações linear e investigativo. Algo esperado, o problema fica pela fotografia que poderia usar melhor as locações que propõe no longa, a história é o lastro. Algo que pouco combina com uma produção feita por tantos países e línguas.

A dupla pode até demorar para se estabelecer, mas quando os dois começam a se relacionar melhor, é intenso. Olga traz a humanidade e consciência e Yoo a parte operacional, o roteiro soube balancear as duas personalidades e entender quando cada um precisa agir.
Algo que também chama atenção, são as histórias secundárias, já que eles vão descobrindo diversos elementos durante a investigação, sem nenhum elemento fantástico ou excessivo, mas isso traz um acúmulo de subtramas para serem resolvidas pelos dois, e por ser um filme curto (90 minutos), temos boas escolhas e algumas não são trabalhadas adequadamente.
O fato de descobrirmos juntos com os personagens também entretém, pois não temos acesso a outras informações, ou algo fora de cena para alguma explicação, pode até parecer que o longa demande atenção, não é tudo isso, é como uma série que tem o ‘caso do dia’, no final das contas.
Tratar algo sério na telona é uma tarefa ingrata, e o longa aqui não percorre por ele com facilidade, como já dito, ele começa bem algumas tramas bem, e finaliza incorretamente, mesmo mantendo o espectador na tela por bastante tempo.
Mesmo com os seus problemas, Desaparecidos entrega o que promete, podia apenas ser um pouco maior, talvez se resolvesse melhor com mais tempo de tela.
Nota: 3/5
Contato: naoparecemaseserio@gmail.com
Me acompanhe nas redes sociais e no canal Youtube / Instagram / Tiktok / Facebook