Em uma jornada inquieta, Men: Faces do Medo fala dos medos internos e inseguranças, sem precisar assustar o espectador. E sim, deixá-lo pensativo sobre a jornada da protagonista. Confira a crítica completa.

Em uma jornada inquieta, Men: Faces do Medo fala dos medos internos e inseguranças, sem precisar assustar o espectador. E sim, deixá-lo pensativo sobre a jornada da protagonista.
Imagina você buscar um lugar para se encontrar, de colocar suas ideias no lugar. E quando isso ocorre, a sua mente começa a te intrigar sobre o que está acontecendo. Se você está sonhando, se é realidade ou se os traumas ainda estão dentro de você. Essa é a história de Harper (Jessie Buckley).
Ela se retira sozinha para o belo campo inglês, na esperança de encontrar um lugar para se curar. Mas alguém ou algo da floresta ao redor parece estar a perseguindo. O que começa como um pavor fervente torna-se um completo pesadelo habitado por suas memórias e medos mais sombrios.

O diretor Alex Garland (Ex Machina) novamente traz um filme que não está preocupado em assustar o espectador, e sim te deixar preso na narrativa e novamente, te deixar pensando o que é real ou se a protagonista está em um surto psicótico.
Para construir essa atmosfera, o diretor aposta na fotografia e na trilha para facilitar na imersão e deixar o espectador tenso. Um exemplo disso, é o uso do vermelho, como ele muda a intensidade da cor, para mostrar que as cenas em sequência são primordiais.
Essas mudanças são interessantes, mas mantém o que o diretor fez nos seus outros filmes, como manter a trama com poucas nuances, sem crescência e nos atos finais trazer as resoluções de uma forma apressada. Neste ponto, ele pouco surpreende.
O roteiro pode até ter seus momentos de tensão, mas o que chama atenção, é que ele usa a protagonista para trazer elementos como machismo e inseguranças, de como há algo no seu passado que influenciou a sua vinda neste local. E vamos percebendo que houve algo grave, não é uma simples viagem de férias.

E a história também mostra a preocupação mental da protagonista, ela tenta se encontrar, por isso as representações masculinas são distintas e com personalidades que conhecemos aos poucos.
Novamente a produtora A24 traz um filme diferente e com abordagens raras, talvez seja por isso que Men chame tanta atenção, mas quando nos acostumamos com ele, e entendemos a ideia do diretor, ele é um longa psicológico bem feito, e apenas isso. Não se destaca em grandes pontos.
Mesmo assim, temos um bom uso da protagonista, com o seu passado, a exploração do relacionamento tóxico e o término duro, o que levou aos traumas que vemos na tela.
Temos um elenco pequeno, basicamente temos Jessie e Rory Kinnear em cena em boa parte do filme, os outros ficam restritos a pequenas participações. E nessa narrativa, isso basta, como se fosse um longa de baixo orçamento, mas o roteiro pensou em uma história assim, talvez os efeitos mal colocados, nos deixe com este pensamento.
Men – Faces do Medo é interessante em seu começo, mantém a estrutura, com alguns momentos de tédio, mas recupera sua força nos atos finais. É um bom thriller, mas nada que seja um dos longas do ano do gênero.
Nota: 4/5
Contato: naoparecemaseserio@gmail.com
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