A Colmeia usa os personagens para mostrar os detalhes da época e traz um bom retrato do período mostrado. Confira a crítica completa

Um grupo de imigrantes alemães vive em isolamento no interior do sul do Brasil. Ali eles são oprimidos pela iminência de agressores externos, mas também pela fome e pelo colapso da união do grupo.
O longa dirigido por Gilson Vargas mostra a época de imigração brasileira, principalmente na região Sul do Brasil. E a pressão que este grupo sofre é um bom pretexto para um thriller psicológico. Eles têm uma rotina dura, pesada e exaustiva e com isso os problemas vão surgindo aos poucos.
O roteiro faz o certo para um longa deste tipo, de deixar aquele sentimento que algo está errado a todo o momento, mas aqui os vilões são as próprias pessoas. E aos poucos vamos entendendo suas motivações e principalmente como eles tomam as decisões que culminaram com este lugar.
A narrativa se desmancha a partir da oportunidade de um filhos ir para a escola. E isso desencadeia a personalidade dos outros personagens, principalmente do pai autoritário.
A abordagem de elementos como xenofobismo estão presentes em pequenas cenas, como quase tudo nesse filme. Tudo aqui ocorre em cenas específicas, mesmo com o diretor utilizando planos mais longos com amplos diários, por isso acabamos tendo a sensação que cada personagem tem uma abordagem específica para a trama principal.

Os elementos podem ser pincelados, mas são todos fortes e bem colocados. Há uma preocupação em cadência de narrativa e algum sentido entre eles. Há poucas pontas soltas, a maioria tem um motivo, que mesmo não façam sentido no momento que ocorrem.
A fotografia é excelente para este tipo de filme, por causa da época (obviamente) há muita luz de vela. E quando vemos um filme deste tipo, há algumas desculpas para uma nova fonte de luz, a vela fica como um acessório de cena. Aqui não, os pontos de luz vêm destes objetos, o máximo que percebemos é a posição destes elementos para facilitar algo, por isso espere muitas cenas com luz natural e velas bem posicionadas.
O retrato dessa família é sempre intimista, a trama foge muito pouco dos familiares. Para justamente deixar claro as interações e motivos de cada um. Até uma simples refeição temos simbolismos e eles tentam distanciar aquela imagem de índios e dos habitantes da região.
O problema acaba sendo no excesso de jump scares e na tentativa de assustar o espectador em momentos que não possuem elementos de terror. A história vai aos poucos entrando no entendimento do espectador, assustá-lo sem motivo não é tão necessário em alguns momentos.
A Colmeia tem um ar de filme de interior e simples, mas ele consegue entreter com um boa história e explora os personagens para uma trama multi. E aliado a isso, uma fotografia forte e um elenco bem entrosado, mas o excesso de simbolismo e jump scares podem atrapalhar a experiência em alguns momentos.
Nota: 3/5
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