Escrita e dirigida pelo dramaturgo e antropólogo Paulo Emílio Azevedo, a peça traz em cena nove intérpretes-criadores que se comunicam por meio de gestos, movimentos e textos performáticos. Trata-se de uma peça de dança-teatro, uma ode à lentidão. Confira detalhes das apresentações.
“Vírgula”, a nova criação da Cia Gente estreia nos dias 09 e 14 deste mês, respectivamente, nos Teatro Armando Gonzaga (Zona Norte) e João Caetano (Centro). Escrita e dirigida pelo dramaturgo e antropólogo Paulo Emílio Azevedo, a peça traz em cena nove intérpretes-criadores que se comunicam por meio de gestos, movimentos e textos performáticos. Trata-se de uma peça de dança-teatro, uma ode à lentidão.
Vírgula (,) persegue uma respiração cênica que se faz no entre do texto, seja ele dito ou dançado. O projeto foi contemplado no Prêmio FUNARJ de Dança 2021.
Após passar por duas décadas de investigação em linguagem cênica; primeiramente sobre a “queda” (de 1999 a 2011) e, depois sobre o “desequilíbrio” (de 2012 a 2020), o terceiro ciclo do autor traz a “pausa” como célula criativa. Para isso, elabora uma espécie de manifesto da “lentidão”, entendendo a mesma como uma desobediência do corpo à correria imposta pela tecnologia. Cabe dizer, qualquer tecnologia que não seja o próprio corpo a gerar velocidades e arritmias; o corpo como agente da sua história. Em Vìrgula, Paulo sugere uma experiência estética sobre “tempo”; num fazer e agir por meio de pausas, sendo elas (r)existência, espaço de escuta, desobediência ou contraponto à correria estabelecida pela tecnologia. Mas tecnologia neste caso seria tudo aquilo que faz com que o corpo se submeta a uma velocidade que não lhe é própria.