Em um filme com a dose certa de drama, De Volta à Itália é uma história entre pai e filho tocante e sensível. Confira a crítica completa.
Esta é a história do artista boêmio londrino Robert (Liam Neeson), que se junta ao seu filho Jack (Micheál Richardson), para fazer uma rápida viagem para a Itália, para vender a propriedade herdada da esposa. Com a relação abalada, a dupla surpreende-se com o estado degradante do local e decide colocar mãos à obra numa renovação.
O longa escrito e dirigido pelo ator James D’Arcy (Dunkirk), traz uma história dentro do esperado entre pai e filho, seguindo a fórmula de road movie e de encontros, mas mesmo tendo alguns momentos previsíveis, o longa emociona principalmente nos momentos finais, quando os dois se sentem mais confortáveis a presença de ambos.
As locações escolhidas para trazer a Itália para a telona são certeiras, seja pelas vistas ou dos personagens andando pela cidade, e suas cenas com os ‘locais’. Além de uma fotografia que privilegia a luz natural e as formas da pequena cidade. A atmosfera é perfeita, não só para os dois se conhecerem, mas para pensarem em novos rumos das suas vidas.
A história tem um ritmo de crescimento para os seus atos finais inegável, tudo ocorre devagar para emocionar no final, isso se dá também pela construção dos personagens e ambientes e pelos protagonistas começarem compartilharem momentos quando lembram da mãe/esposa.
Inclusive essa construção do luto, é diferente para ambos, enquanto um não consegue entender o sentimento, já no segundo, o incidente criou marcas para o restante da vida. A diferença cria camadas e é usada para mostrar outro elementos entre pai e filho.
Inclusive é sempre bom lembrar que Liam Neeson e Micheál Richardson são pai e filho na vida real, neste filme é a primeira vez que vemos os dois juntos. Claro, que a biologia ajuda, mas eles responderam bem às outras cenas também. A carga dramática crescente aqui exige de ambos.
Além das lembranças, o filme também fala de recomeços para ambos, de entender o que está errado com a sua vida e mudar. E por termos dois personagens em épocas distintas da vida, o roteiro busca elementos diferentes, mas que condizem com o que foi construído, além de trazer realidade.
O elenco coadjuvante tem justamente essa forma aqui, de tentar fazê-los entender qual o caminho certo a tomar, e como a experiência na Itália foi transformadora de alguma forma, de que eles devem buscar a mudança, a partir dessa viagem.
Depois de tantos filmes de ação, como é bom ver o Liam Neeson em um drama centrado, mostrando que ele é um ator que pode sim fazer outros tipos de filme. As cenas dele com o filho quando eles conversam sobre a mãe/esposa são magníficas. Um lencinho pode ser utilizado em alguns momentos.
De Volta à Itália pode não surpreender, mas é um bom drama, com atores que estão bem em seus papéis, e nos sentimos na Itália em várias cenas, principalmente nas grandes vistas. Para quem gosta de um pouco de emoção, é um bom filme.
Nota 3/5
Contato: naoparecemaseserio@gmail.com
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