Confira a crítica de ‘Antes de Partir’
O longa conta a história de Rory MacNeil (Brain Cox) um senhor velho escocês que, relutantemente, deixa sua amada ilha Hebridean para tratar um possível problema de saúde em São Francisco (EUA), para isso ele passa a morar com o filho Ian (JJ Feild), cuja relação é distante. Ao descobrir que seu problema de saúde é grave, que lhe dá poucos meses de vida. Sua vida ganha um novo sentido ao se apaixonar pelo neto.
A jornada de transformação mostrada no longa é de amor, de um avó para um neto, o que motiva todo o drama de Oded Binnun e Mihal Brezis e este sentimento até mesmo irracional é o que mudará a todos.
São diversas subtramas mostradas aqui, mas o interessante delas é a amarração de tudo isso. O roteiro de Michael McGowan (Reign) trabalha todos os personagens e suas relações, mas o fato de todas elas serem ligadas ao bebê dá ainda mais leveza ao filme.

Pai e filho são nos primeiros atos são água e óleo, o filho é um chef de cozinha cuja vida e cultura foi transformada ao se mudar para os Estados Unidos, principalmente quando ele se casa com Emily (Thora Birch) e o nascimento do seu primeiro filho, já o pai tem muito apreço a cultura escocesa e é uma pessoa que gosta da sua individualidade, mas o novo membro da família fará os dois se misturarem.
A trama é doce e leve, as partes de ‘choque de realidade’ ficam à mercê dos problemas médicos de Rory, que dá uma verdadeira lição de vida, de como lidar com os problemas ao seu redor. Ele lida com o fato muito bem e é o amor pelo neto que faz buscar mais tempo.
As relações humanas que são tão distintas no início, têm um desenvolvimento interessante ao longo do filme, claro que ocorre da forma que esperamos, do embate entre os dois no começo e a reconciliação nas partes finais. Pode não ter surpresas, porém as cenas são emocionantes, principalmente nos momentos finais.

Ao ter um personagem com câncer terminal em um filme, já se imagina uma cena dos familiares em volta dele em uma cama de hospital se despedindo. O fato de ‘Antes de Partir’ não ter uma cena como essa e preservar a personalidade do protagonista, sorrindo e feliz, tira um pouco do peso dramático, porém as escolhas feitas aqui são boas para substituir os clichês.
Se diz na sociedade que ser avó traz um novo tipo de amor, e que essa criança muda toda a atmosfera do lar ao chegar, isso é verdade aqui. O pai vê a criança de uma forma e o avó de outra. Estes ‘amores diferentes’ é que move essa história, trazendo uma ótima opção de entretenimento para quem gosta de filmes de ‘final de tarde’
Os atores trazem muita humanidade a seus papéis e respondem muito bem ao roteiro. Os arcos dramáticos ficam restritos a pai e filho e os dois dão uma ótima resposta a estas cenas. O único problema de roteiro é que estes momentos estão bem marcados no tempo do filme, para nossa sorte são cenas humanas que causam muita empatia aos espectadores.
‘Antes de Partir’ não é um filme transformador de pensamentos, mas é humano, com relações que não fogem de uma sociedade comum. Com boas atuações e boas subtramas que estão espalhadas pela película.
*Filme visto no projeto Cinema Virtual
Nota: 3/5
Saldo: Filme mais fofo do que sério
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