Mesmo com uma atmosfera leve e investigativa, o longa não esquece do passado duro e traumatizante do protagonista. Confira a critica completa.

Meu Vizinho Adolf conta história de um homem solitário (David Hayman) que vive na América do Sul, que sobreviveu ao Holocausto, mas perdeu a sua ligação com a sua família e com a sua terra natal, porém o seu novo vizinho, traz todas as lembranças de volta, já que seu vizinho o lembra Adolf Hitler (Udo Kier).
O longa escrito e dirigido por Leon Prudosky traz uma atmosfera mais leve, para um assunto pesado e difícil, porém ele trata com algo sério, com um trauma que o protagonista traz, que são desencadeados com a chegada do visitantes.
Para isso o diretor utiliza cenas simbólicas, como o xadrez e o cultivo de rosas, em uma abordagem simples, que combina com a estrutura de investigação e de aventura que vemos em tela. Isso é evidenciado pelo uso de cores quentes na casa do vizinho e frias na casa do protagonista.
O roteiro usa os gatilhos do passado para trazer a investigação à tona, que acaba sendo a única parte agradável da história, pela forma aventureira e pesquisadora que vemos, estes pontos de suavidade ajudam o espectador como momentos de respiro, mas em nenhum momento ele tenta suavizar a trama.

Os dois atores surpreendem por justamente termos duas estruturas diferentes em cada um, e a mudança de atos traz um novas relações entre eles, onde o roteiro tem a preocupação de ser algo crescente, que mantém o sentido da obra.
As escolhas para representar os traumas do passado, entendem que há a necessidade de construir uma relação com o passado e presente do protagonista, e aliado a ótima atuação de David, e os momentos entre os vizinhos.
O filme acaba sendo bem marcado entre os seus atos, por justamente trazer os pontos de relação que cresce a novo momento e a investigação. Estes elementos dão ritmo, e fazem o filme passar sem sustos.
Há uma preocupação de humanizar todos, claro, sem deixar as atrocidades de lado. Tudo é orgânico e com linearidade que se destacam, temos explicações sobre tudo que ocorre em cena e os motivos que o levam a pensar de Hitler está a poucos metros de casa.

É louvável perceber o desafio de balancear duas tramas tão distintas, sendo uma delas um passado duro e recente, que muitos custam a acreditar que nunca ocorreu. O longa preserva a historia dura através do olhar do protagonista, mas sabe suavizar a historia quando necessário.
Meu Vizinho Adolf tem uma narrativa leve quando analisamos os temas a serem abordados, e mantém a importância do tudo, mesmo que o enfoque seja pessoal do que em grupo.
Nota: 3/5
Contato: naoparecemaseserio@gmail.com
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