Royalteen – Princesa Margrethe é uma boa sequência para a franquia, mas comete os mesmos erros do primeiro filme. Confira a crítica completa do filme que chegou ao Netflix.

O segundo filme da saga da Netflix, Royalteen, chegou a plataforma. No Brasil, o primeiro filme não fez tanto sucesso, mas na Noruega, país de origem, se manteve no top 10 por semanas, fazendo-o ganhar uma continuação.
Antes de falarmos sobre o novo filme, vamos recapitular: o longa de 2022 é uma adaptação de The Heir, livro homônimo escrito por Randi Fuglehaug e Anne Gunn Halvorsen; estrelado por Ines Høysæter Asserson (Lena), Mathias Storhøi (Kalle) e Elli Müller Osborne (Margrethe), que conta a história de Lena, uma adolescente que acaba de entrar na escola onde estudam os dois príncipes gêmeos da Noruega, Karl Johan e Margrethe.
Lena e Kalle se aproximam por conveniências do roteiro, e em pouco tempo a jovem de classe média se vê inserida na família real norueguesa, porém a irmã do príncipe faz de tudo para atrapalhar o relacionamento deles, sendo a grande antagonista da trama. No plot twist, descobrimos que o até então, irmão mais novo de Lena, é na verdade seu filho, que ela teve com 16 anos após ter relações com o ex-namorado da amiga, que não o assumiu.
No fim, Kalle perdoa Lena por suas mentiras (que são muitas, e sem um real motivo) e eles protagonizam uma cena clichê no baile de formatura com o garoto cantando pra ela. Margrethe tem um colapso e desmaia. O filme encerra deixando muitas pontas soltas e sem abordar questões importantes para a narrativa.

O segundo filme então começa exatamente de onde o primeiro parou, mostrando as consequências da internação de Margrethe, nos jornais e sites de fofoca, após consumir drogas e bebidas alcoólicas no baile da escola. A partir dai a garota tenta limpar sua imagem e melhorar sua reputação perante a mídia, mas em paralelo a isso ela se vê entregue ao seu vício e com muitas recaídas.
No primeiro filme vemos Margrethe como a vilã, já neste filme que é especialmente focado nela, acompanhamos a jornada dela para se tornar uma pessoa melhor e entendemos um pouco mais de sua motivação e o que está passando psicologicamente.
A trama dessa vez aborda temas mais sérios, como ansiedade, vício em drogas, a pressão imposta pela família e a busca pela perfeição de uma adolescente instável.
O grande antagonista da vez acaba sendo o medo de Margrethe de seu vídeo ser vazado e seu vício crescente por calmantes misturados com álcool. Algumas cenas acabam sendo colocadas em tela sem um real contexto, apenas para nos mostrar novamente como a protagonista perde a cabeça e faz atos imprudentes apenas para se sentir bem.

Assim como no filme de 2022, este traz coincidências e ações favoráveis para a resolução de um problema que até então parece insolúvel nos últimos momentos do longa, deixando o espectador aliviado, mas com a sensação que falta algo.
A narrativa se apoia tanto na protagonista que os personagens secundários quase parecem figurantes, colocados ali pontualmente para ajudar ou atrapalhar a história de Margrethe, como se não tivessem sua própria jornada.
Esta é uma boa continuação para a franquia, mostrando mais a fundo os problemas da realeza e sua alta exposição na sociedade, que os deixa mentalmente cansados, fazendo-os usar o álcool, drogas, relações extraconjugais ou o ato sexual como válvula de escape da realidade em que estão inseridos.
Dentro de sua premissa, o filme atente as expectativas de um drama teen que se passa no ensino médio, apenas trocando os problemas de pessoas comuns por problemas de um membro da realeza que vive sob pressão.
Nota: 3.5/5