Duas Bruxas – A Herança Diabólica tem uma atmosfera imersiva e boas maquiagens, mas tem dificuldade em manter a estrutura familiar em alguns atos.

Bruxas podem passar seus poderes para os seus descendentes? Como uma característica hereditária e manter o legado de alguma forma? Esse é o pensamento por trás de Duas Bruxas – A Herança Diabólica, porém ele tem algumas dificuldades de sustentação.
O filme acompanha duas gerações de bruxas, a avó, conhecida como “The Boogeywoman” (Marina Parodi) e sua neta, Masha (Rebekah Kennedy), e as consequências e maldições sofridas por aqueles que cruzam o caminho delas.
O longa dirigido por Pierre Tsigaridis (I Who Have No One) tem uma atmosfera familiar que se sustenta pela divisão de capítulos e por saber aproveitar cada personagem individualmente e unir as protagonistas em momentos certos. Isso facilita a imersão em um longa de terror.
Rebekah Kennedy (Mínimo para Viver) por ter feito alguns filmes do gênero recentemente, traz a personagem com imponência com facilidade, e quase sem efeitos efeitos. Muitas vezes pelo olhar, já sabemos os próximos passos.

Isso também é facilitado pelos sustos fáceis espalhados pelos atos, alguns são clássicos, poucos surpreendem, porém a maquiagem e a fotografia, que são essenciais em um filme deste tipo, são excelentes, com riquezas de detalhes e aproveitando as feições das atrizes.
A fotografia também usa o escuro, como algo interessante, já que essa ‘jornada do mal’ não segue os moldes tradicionais em alguns momentos, então temos algumas surpresas. A sustentação deles é o principal ponto aqui.
Como ele tem a tendência da diferença, se imagina um terror indo para caminhos pouco explorados, mas conforme os atos mostram as outras bruxas, ele vai perdendo sua criatividade para ir para caminhos comuns, alguns são justificáveis, mas outros, possuem problemas.

Isso é algo ruim para um longa que soube inserir o espectador dentro da sua atmosfera, principalmente na finalização de atos importantes, com as duas bruxas se encontrando. Temos um bom terror aqui, apenas no começo dele.
Ao menos ele se mantém fiel a sua fotografia e forma de assustar, a história é que perde elementos, principalmente em conectar os pontos mostrados pelo filme (Ele tem uma separação de capítulos), mas ao trazer essas duas tramas para o centro, ele se perde e falta coerência.
As duas bruxas do título são diferentes e são mantidas em alto nível, graças a grande atuação feminina, Rebekah (já citada) e Marina sabem assustar e trazer bruxas que nos tiram do eixo, e algumas vezes, nem precisam de uma fala para te assustar.
Elas, a maquiagem, a fotografia e o uso do escuro salvam Duas Bruxas – A Herança Diabólica de ser um terror genérico de bruxas. O longa tem sim, boas ideias e entendem como executá-la nos primeiros, uma pena que eles não as seguem nos atos em sequência.
Quem gosta de um bom susto e uma história que brinca com o espectador vai acabar gostando de algumas coisas e não achando divertidas outras.
Um comentário em “Duas Bruxas – A Herança Diabólica | Crítica”