Operação Hunt traz uma história que traz espionagem e ação em um longa intenso e bons atos. Confira a crítica completa.

Filmes de espionagem normalmente se prendem a uma trama ou algo específico para contar a sua história, mas aqui temos uma plenitude não só de temas, como de gêneros, e ainda alguns momentos políticos da época que o longa retrata.
Aqui temos, Park Pyong-ho (Lee Jung-jae) e Kim Jung-do (Jung Woo-sung) são agentes da Agência Central de Inteligência Sul-Coreana. Os dois precisam desmascarar a identidade de um traidor infiltrado no alto escalão da agência e acabam descobrindo a existência de um plano para assassinar o presidente sul-coreano.
A relação dos dois já é o suficiente para te manter entretido, já que os dois têm um passado, um presente e trabalhos futuros. O roteiro utiliza a relação dos protagonistas para trazer os temas pesados como tortura e violência policial, e os mais leves como a investigação entorno do presidente.
A construção da atmosfera é a típica da espionagem, e isso não é um demérito, ele consegue trazer a tensão das cenas específicas, seja com a trilha e com a montagem que privilegia as diferentes cenas. E mesmo com a repetição disso nos atos, é sempre bem executado.

O balanceamento entre os gêneros é certeiro, a história principal transita entre eles com facilidade, e o filme mantém essa estrutura, utilizando os diálogos como a ponte entre eles. Essa mistura chama a atenção e acaba destacando os dois protagonistas.
Estes protagonistas trazem personagens com camadas e principalmente, um passado a ser explorado por ambos, o roteiro inclusive não mantém essa aura perfeita para nenhum dos dois, e temos momentos para trazer isso para a tela, com saídas chamativas.
Claro, que isso traz uma aura de ‘algo errado’ com os dois nos diversos atos, como se os dois pudessem mudar de lado, mesmo que isso seria traição a seu país e agência. E essa sensação de quem é o agente duplo fica pelo ar por muito tempo, o roteiro consegue sustentar o principal ponto até os atos finais.
Isso também se dá pelas camadas dos dois, temos tempo para conhecê-los e sua forma de trabalhar, e mesmo com as semelhanças, como a violência para seguir seus atos.
E a violência usada como forma de tortura para os anti governo, incomodam, mas são o retrato do país naquele momento que vemos no filme, e ele não dosa as cenas, sabem como fazer, e trazer a importância delas para as subtramas.

Park Pyong-ho (Lee Jung-jae) e Kim Jung-do (Jung Woo-sung) mantêm a firmeza e sua forma de mostrar esses personagens, com as suas diferenças e seus pontos de conexão, e suas cenas juntos são intensas.
O diretor aproveita da montagem para um longa linear, e cheio de entraves, principalmente nas cenas de ação, ele flui pela cena, trazendo as expressões dos atores e as personalidades em cena. Além da trilha certa, no momentos chave.
Operação Hunt é um longa denso de espionagem, com personagens carismáticos, e com a ação pontuada, que mesmo que traz o que esperamos, abre o escopo para uma realidade pouco retratada no cinema, como a realidade fora do ocidente.
Nota: 4/5
Contato: naoparecemaseserio@gmail.com
Me acompanhe no canal e nas redes sociais: Youtube / Instagram / Tiktok / Facebook