A busca por realizações pessoais é um grande percalço, O Pacto mostra isso com uma história cheia de empatia e realidade. Confira a crítica completa.

Todos buscamos o nosso espaço, seja para melhora pessoal ou profissional. Esse é o grande arco apresentado em O Pacto de Bille August (Um Homem de Sorte), que também fala do papel dos mentores que temos em nossas vidas.
O poeta Thorkild Bjørnvig (Simon Bennebjerg) é casado e possui um filho, sua vida pessoal é boa, digamos assim, mas ele não alcançou o mesmo auge profissionalmente, inclusive ele se encontra sem um emprego fixo no começo da história. mas o encontro com Karen Blixen (Birthe Neumann) muda sua perspectiva.
O roteiro de Christian Torpe baseado no romance escrito por Thorkild, traz a mentoria como um dos elementos, mas o arco pessoal do protagonista é o grande destaque. As interações acabam sendo pontuais, mesmo mudando a trama , não é foco da trama.

A filmagem de época reflete a personalidade do período mostrado, temos um drama contido e com temas esperados. A troca respeita a realidade do período, então não espere toques de modernidade.
A escolha de dar prioridade no arco pessoal, traz sentimentos e desdobramentos para gerar empatia ao espectador, principalmente sobre alcançar seu sonho profissionalmente. E quais limites que um mentor pode chegar.
Mesmo com histórias pessoais, a trama é centrada e previsível, não que seja ruim ou de baixa qualidade, mas ela não tem uma grande surpresa ou reviravolta memorável.
A mentoria prometida é contida, mas sabe utilizar temas importantes, como a doença de Karen, a importância de deixar um legado e principalmente, de passar seu conhecimento adiante.

Sua forma de ensinar é diferente, mas não possui uma abordagem dura como Whiplash (2014) ou uma perspectiva de professora que busca entender melhor o seu aluno, como Escritores da Liberdade (2007). Aqui a intenção é trazer novas informações do que uma lição de moral em si.
O pensamento de sucesso e reconhecimento atormenta o protagonista, para justamente falar das dificuldades, percalços pelo caminho. A perseverança mostrada é intensa. E como nos cercar de pessoas que nos apoiam é importante e nos molda.
O Pacto não é um filme transformador, mas entrega o que promete, e o fato de se importar mais com o arco do protagonista do que a jornada de relação com a mentoria é o grande destaque. E mesmo sendo um filme de época, sabe trazer assuntos relevantes e com uma camada de realidade que impressiona.
Nota: 3/5
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