Em um longa que busca mostrar os horror da Segunda Guerra Mundial através de uma pessoa, O Matemático se mostra um filme profundo do que se imagina. Confira a crítica completa.
Stan Ulam (Philippe Tłokiński) é um talentoso matemático judeu polonês de 30 anos, cuja vida se complica quando ele perde a bolsa em Harvard. Porém, seu melhor amigo oferece um emprego misterioso que o leva ao Novo México junto com a nova esposa.
O longa dirigido por Thorsten Klein (Lost Place) possui a mesma estratégia de Jogo da Imitação (2014), não que ele siga os mesmos preceitos e atos, mas pela abordagem do seu personagem principal. São pelos seus olhos que vamos seguindo na linha histórica. A comparação fica apenas neste ponto. São filmes distintos.
E os projetos que ambos trabalham diferem, um pode salvar vidas e o outro pode tirá-las. Isso é a principal questão na consciência de Ulam, afinal se o projeto for concluído, além de ser uma grande arma, pode resultar na morte de inocentes. O peso disso muda a personalidade do protagonista e como ele começa a lidar com tudo o que o rodeia.
O drama do filme polonês também acaba sendo estruturado no protagonista também, Philippe Tłokiński transita bem entre os diferentes sentimentos do seu personagem, e sua relação com sua esposa, que aqui tem um função de ‘porto seguro’ esperada, mas bem executada.
Essa jornada de transformação que é dura e sem rodeios, que mantém o espectador na narrativa. Essa força é interessante no começo do filme, há algumas repetições ao longo da história, mas nada que chegue a ser um problema.
Temos muitas reflexões reais espalhadas pelo filme, e o protagonista responde com realidade e peso ao que ocorre. Há como perceber que o roteiro não só deu emoções a Uslam como respostas humanas ao que ocorre. Ele mostra que tem dificuldade em entender se está fazendo o certo.
A fotografia de Tudor Vladimir Panduru traz as colorações que a época precisa e bem pontuadas pelos cenários, que possuem diversos detalhes, mesmo não sendo profundos. Isso também se percebe com os enquadramentos do diretor que deixa os atores centralizados em cena e o cenário agregando.
Mesmo sendo um filme que fala sobre a segunda guerra, não há uma cena mostrando a guerra em si, vemos apenas os personagens respondendo a isso. Trazendo a carga emotiva necessária para cada momento, há claro uma prioridade para o protagonista, mas todos têm reações genuínas.
O Matemático faz duas coisas não comuns em filmes de guerra, foco nos personagens e na parte ‘ruim’, afinal quem se interessaria de contar a história de um cientista que ajudou na criação de algo tão letal. O filme surpreende nestes dois pontos e traz uma narrativa diferente pra todos.
Nota: 3/5
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