O Apanhador de Sonhos mostra potencial no terror teen, mas ao se perder em momentos chave perde forças quando avançamos na trama. Confira a crítica completa.
Dylan, conhecido por seus fãs como DJ Dreamcatcher, está à beira do estrelato global. Tudo muda na noite do Cataclysm, um festival de música underground, onde duas irmãs distantes e seus amigos encontram Dylan. Depois de um evento horrível movido a drogas, as coisas começam a se transformar em um turbilhão de violência e caos de 48 horas.
A trama dirigida por Jacob Johnston traz muitos elementos do terror mais teen, mas a sua história busca trazer alguma novidade, já que os elementos de assassinatos ocorrem logo no início e os protagonistas tem que unir para resolver rapidamente. Ele foge de alguns clichês, principalmente por aprofundar os personagens depois do evento chocante no começo.
A forma com que vamos entendendo a todos, seja o grupo ou o próprio DJ é orgânico, lento e simples. O roteiro aproveita a pausa causada para dar contexto a todos e subtramas para a sequência dos próximos eventos. Mesmo sendo lento, são boas cenas e estas informações são usadas no decorrer da narrativa.
A ameaça também é guardada para momentos específicos, há claro momentos com bastante sangue e slasher da forma que esperamos, porém as cenas de tensão percorrem a trama e não há a necessidade dele sequer aparecer. Os protagonistas estão tão assustados com tudo e que imaginamos que pode ocorrer algo a qualquer momento.
A fotografia traz bastante do universo dos festivais de música eletrônica e como boa parte dos eventos são noturnos, temos um cuidado a mais para um ambiente bem iluminado, sem exageros. Não é um trabalho que se destaca, mas cumpre sua meta.
O Apanhador de Sonhos entretém nos primeiros atos com facilidade, seja pelos diálogos ou eventos, mas conforme vamos avançando para o final do filme, toda a criatividade acaba. Temos eventos previsíveis, alguns estranhos e um vilão que poderia ter sido derrotado até pelo nerd do grupo.
Mesmo com a continuidade de não sabermos quem é o verdadeiro vilão, já que a trama nos adiciona novas informações a cada momento, não é suficiente para sustentar os erros que culminam para o final.
Em um longa como esse precisamos de sangue, não temos um filme sanguinolento sem motivo, ele é usado com parcimônia e só há excessos se a morte requerer. Até como elemento dramático ele foi usado, mais um motivo pra acreditar que este filme tinha potencial.
O terror buscou seu espaço entre os novos longas, começa muito bem, traz uma história relativamente nova, uma atmosfera que causa angústia e que pode ocorrer qualquer coisa, mas o avanço de tudo isso é pavoroso. Uma grande pena.
Nota 2/5
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