Em uma história tripla, mas que busca ser uma só, pela montagem dos diretores. ‘América Armada’ chega as plataformas digitais para aluguel de filmes. Confira a crítica completa.
O documentário de Alice Lanari e Pedro Asbeg se divide tem três partes, três países ou três personagens, como você preferir. No Brasil, acompanhados a trajetória de Raul Santiago que realiza denúncias contra excessos policiais no Complexo do Alemão no Rio de Janeiro; No México, Heriberto Paredes mostra uma guerra no interior do país e Teresita Gavíria, na Colômbia, mantém um grupo de mães que buscas respostas para os filhos desaparecidos.
O documentário irá passar por essas três histórias, mas com um detalhe diferente, já que a dupla tenta buscar similaridades entre elas. Todos os conflitos mostrados são violentos, porém eles são contados a partir de pessoas comuns que tentam a sua forma, melhorar a vida das pessoas que vivem neste local. E a filmagem bem próxima aumenta esse ponto de vista.
Conforme vamos nos acostumamos a essa forma, percebemos que o tom é mais jornalístico do que realmente uma denúncia das realidades mostradas, não que isso seja um demérito, mas a ideia aqui é explicar e mostrar a situação, não de apontar dedos e mostrar os responsáveis.
As escolhas de histórias são excelentes, pois são fortes e contrastantes. O trio preenche a tela e trazem ainda mais realidade para as histórias contadas, e aos poucos vamos percebemos a similaridade, pois as situações mostradas sempre são ‘resolvidas’ fora do aspecto legal de conclusão. E também vemos nessas histórias alguns motivos de termos a palavra ‘armada’ no título.
Mesmo com um bom balanceamento, falta aprofundamento nas narrativas, algo que era até esperado pelos excessos de informações que temos aqui. O foco aqui é nos diálogos e como os personagens reagem ao redor, outro motivo que ressalta ainda mais a característica de ser um documentário informativo.
A dupla de diretores monta essa história buscando incessantemente a consistência, como o povo desamparado pelas medidas legais e injustiças. E eles mostram bem estes elementos, porém não vemos estes mesmos cuidados com as diferenças, por exemplo a colombiana que precisa se locomover escoltada para realizar seu trabalho.
E outro problema é entender qual a prioridade de ‘América’, já que as narrativas são todas duras e cheio de aspectos, os cortes de ‘mundo pro outro’ funcionam, mas dificultam neste entendimento, ainda mais quando é visto que a visão é unir e não diferenciar.
Mesmo não aprofundando, há uma forma de mostrar as diferenças, os diálogos feito para a câmera são sempre para explicar a situação e dar a oportunidade de deixar os protagonistas em dar sua opinião sobre a situação que está na tela.
‘América Armada’ pode não realizar o trabalho de aprofundar os detalhes, mas sabe contar uma história coesa, e com uma montagem interessante para mostrar três histórias duras e difíceis de serem vistas na tela.
Nota: 3/5
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