Em um filme carregado de emoção e focado na relação entre pessoas, ‘Mais Que Especiais’ estreia nos cinemas nesta semana. Confira a crítica completa.
Há 15 anos, os amigos de longa data Bruno Haroche (Vincent Cassel) e Malik (Reda Kateb) cuidam de crianças e adolescentes que tem autismo em diversos níveis, eles inclusive fazem um esforço gigantesco para atender a todos da melhor forma possível. O problema deles é seu trabalho não possui alvará de funcionamento e agora uma investigação do governo pode fazer eles fecharem as portas.
Na direção temos a dupla Olivier Nakache e Éric Toledano que ficou conhecida mundo agora por ‘Os Intocáveis’ (2011), mas fizeram os também elogiados pela crítica Samba (2014) e Assim é a Vida (2017). E essa fórmula de trazer um texto denso com pitadas de comédia é percebido em seu recente trabalho. Então separe um lenço, a viagem é longa e cheia de emoção centrada.
O longa se baseia na jornada real de Stéphane Benhamou e Daoud Tatou, onde para eles abdicaram da vida pessoal para um melhor atendimento. Os personagens conseguem trazer essa carga e principalmente muita humanidade para os dois protagonistas. Temos um aqui um filme com nuances emotivas balanceadas.
Os diretores também escreveram o roteiro que tem algumas escolhas, que não são ruins, mas levam a alguns questionamentos, como a jornada que uma sucessão de eventos e a ‘investigação’ que falta diversos documentos e tem alguns problemas, não passa seriedade. As escolhas são estranhas, mesmo que podemos encaixar na nossa rotina.
A narrativa central é segura, mas dar mais ênfase nos diálogos e nas relações entre protagonistas e autistas. Os dois atores estão certeiros, mas Vicent Cassel consegue equilibrar os esforços e emoções de Bruno, mesmo quando ele dá mais importância para a sua aparência do que seus interesses amorosos.
Os diretores também fazem um filme de conjunto, onde tudo ao redor serve para facilitar ou para adicionar novos elementos a trama principal. Claro, que faltou aprofundar alguns elementos, mas é interessante ver os coadjuvantes auxiliam de alguma forma a trama o tempo todo.
O foco é na dupla, as melhores cenas e toda carga emotiva estão neles. E tudo bem, pois ambos respondem bem e a história do entorno é cativante, pode até gerar algum cansaço do espectador. Uma boa história é contada aqui.
‘Mais Que Especiais’ tem uma boa mensagem e emoção bem balanceada, com uma história cativante, falta sim aprofundar, mas vale seu tempo. E como já dito, separa um lenço.
Nota: 3/5
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