Em um documentário forte, abordando diretamente a Lgbtfobia na Rússia. ‘Welcome to chechnya’ chega para ser exibido na 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
O longa centra-se nos expurgos anti-gays na Chechênia no final de 2010, entrevistando vários refugiados LGBT chechenos sobre suas experiências. O diretor David France, que também escreve essa história, mostra de perto o movimento de Lgbtfobia na república russa da Chechênia.
Temos aqui um documentário duro, em um tom de urgência que permeia toda a história, sem medo de deixar claro o que estas pessoas passaram neste período, claro que o diretor toma o cuidado de modificar o rosto dos envolvidos para sua segurança. Talvez este detalhe deixe claro como o assunto é urgente.

O roteiro do próprio diretor além do tom de urgência, não perde tempo em cenas sentimentais ou arcos dramáticos, para deixar claro a mensagem que quer passar, sem precisar de rodeios, ou momentos de choro. As cenas de retiradas das pessoas de um ambiente que podem causar a morte do indivíduo, já criam a tensão necessária.
O documentário ainda aborda o problema que a escolha da sexualidade ainda traz, afinal estamos no século XXI e pessoas que simplesmente não heterossexuais sofrem com diversas humilhações e ameaças de morte por causa de sua escolha. A história apresentada mostra exemplos de pessoas que cometeram suicídio por não suportarem a pressão. Por mais fora da curva que possa parecer, as pessoas mostradas aqui podem ser consideradas ‘sortudas’ por conseguirem sair e poder viver outra vida.
O fato aqui é cultural (Sim, cultural), mas este fator é pouco abordado na história, o foco é o que estas pessoas passaram antes de chegar nos abrigos, e toda ‘missão de guerra’ para tirar as pessoas do país para novas vidas. E como essas estruturas variam de acordo com a histórias contadas.

Somos apresentados a diversas histórias, todas muito fortes, muito heterogêneas. Claro, que algumas possuem mais tempo de telas que outras, mas o balanceamento de cada narrativa para a montagem do produto é estupendo.
Temos uma história pesada, mas extremamente necessária, para mostrar que vivemos em um mundo que não respeita as diferenças, onde a cultura fala muito mais alto, mesmo entre famílias. E dar a devida importância ao trabalho de pessoas que salvam indivíduos de um morte certa ou de uma vida dura, é magnífico.
Nota: 5/5
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