Confira a crítica de ‘Meu Querido Supermercado’
Meu Querido Supermercado” acompanha a repetitiva rotina de funcionários de uma loja de supermercados. Sem sair do local, a diretora Tali Yankelevich explora toda a sua riqueza de imagens, sons e movimentos ritmados.
Para dar voz a este local presente em nossas rotinas, a diretora traz diversos cargos, que falam abertamente a câmera suas opiniões e têm sua rotina filmada durante vários dias. Isso é um ótimo ponto no filme, afinal nós (Consumidores) nos preocupamos com o produto e não com que nos fornece, por exemplo, você quer um bom pão, se preocupando pouco com quem te serve. Tali tem essa preocupação, de dar voz aos cargos e pessoas que trabalham ali.
O longa é uma aula de simetria, há diversos planos simétricos, para dar um tom de organização e bem estar, afinal uma gôndola bagunçada não vende não é mesmo? Esta escolha estética que é óbvia em lugar como esse, é bem utilizada, principalmente para deixar claro ao espectador que a câmera e as histórias não saíram do local.
O fato de vermos o supermercado pelos funcionários, sem aquele melodrama de vídeos institucionais, acabamos conhecendo os colaboradores, com seus sonhos e anseios, onde eles os contam diretamente para a câmera, algumas vezes entendemos suas personalidades pela câmera que simplesmente está lá.
Esse espaço de ’voz’ que a diretora dá aos personagens, humaniza o filme, além de causar empatia, pois não há nada de irreal ou excessos nestas cenas. Eles contam a própria história com muita naturalidade e como temos várias histórias, isso dá muita pluralidade a narrativa.
Não temos aqui uma grande atuação, temos aqui uma história dentro do espectro real de pessoas ‘invisíveis’ dentro de um local conhecido por todos. Percebe-se durante o longa o cuidado com essas histórias que são mostradas.
‘Meu Querido Supermercado’ é uma ótima para quem procura uma boa história, bem montada e estruturada. Vale sua visita a essa história.
*O filme faz parte do Selo ELAS, projeto da distribuidora ELO Company que visa fomentar a produção de filmes dirigidos por mulheres.
Nota: 3/5
Saldo: Filme seríssimo
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Não Parece Mas É Sério 
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