Além do esporte e da inclusão, a série se preocupa em trazer a construção do cidadão e sua mudança através do esporte paralímpico.

A série, composta de quatro episódios de 20 minutos cada, com exibições no Sportv 2 e depois estarão disponíveis no globoplay, mostram as jornadas pessoais e profissionais dos atletas, desde o início até o estrelato no alto rendimento esportivo.
O projeto busca revelar as diversas camadas do Movimento Paralímpico e do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), abordando não apenas o esporte, mas também questões de inclusão, representatividade, e a importância de referências positivas para as novas gerações.
Isso se dá pelos personagens/atletas escolhidos, Carol Santiago, recordista mundial nos 50m livre de natação; Alessandra Oliveira, medalhista de ouro nos 100m peito nos Jogos Parapan-americanos de Santiago 2023; Gabriel Lucas Costa (Gabrielzinho), jovem promessa do parabadminton; o judoca Willians Silva de Araujo e a nadadora Dayanne Silva; Sandro Hirochi, ganhador da medalha de bronze no Campeonato Brasileiro de Halterofilismo Paralímpico e Daniel Dias, maior medalhista da história do Brasil na natação.
Por ter tantas histórias, e pontos de vistas sobre o mesmo tema, a série dirigida por André Bushatsky (Um Pouco de Mim, Um Pouco de Nós) é plural, por que não são simplesmente episódios sobre o esporte paralímpico próximo dos jogos de paris; Ele busca histórias fora do esporte também, e trazer outros elementos para serem vistos pelo espectador.
Mesmo com aquela estrutura clássica de entrevista e montagem com fotos e momentos da carreira ou treinos, as histórias que vimos/ouvimos são diversas, os atletas escolhidos têm vivências diferentes, com olhar sobre o esporte, e o retorno dele.
Os episódios temáticos reforçam essa ideia da pluralidade de narrativas, sem esquecer a vivência de quem é mostrado, um exemplo vemos pelo próprio Gabrielzinho, que é um promessa do esporte, e está na fase de aprimorar suas habilidades para grandes competições, como temos atletas que já passaram por grandes eventos e agora pensam no seu futuro fora do esporte.

A união, claro, acaba sendo de como se encontraram no esporte e sua rotina de treinos diários, e a superação de ser o melhor no seu segmento, e as vitórias particulares que vieram no processo.
Falar de diversas perspectivas, seja pelo tipo de deficiência ou pelo esporte que pratica, por si só, já traz momentos diferentes, mas as narrativas diversas ao ponto de cada uma agregar a série de uma forma completamente diferente.
Os escolhidos para representar os atletas tratam o tema com respeito e consegue trazer sua vivência com facilidade para a câmera, sem precisar trazer algum momento dramático, para fazer o espectador se emocionar durante a narrativa.
Mesmo com a paraolimpíada de Paris próxima, os atletas comentam da importância dos incentivos para eles manterem sua rotina e carreira, como o bolsa atleta e o acompanhamento do CPB no seu desempenho para as grandes competições, com isso os torna mais fortes e focados na maior competição de seus esportes.
As narrativas sempre trazem o preconceitos que eles sofrem por serem diferentes, e como eles lidam com isso, que sempre é necessário de alguma forma, sempre haverá alguém que despreza aquele que é diferente, e quando eles se encontram no esporte e com seus semelhantes, acaba sendo mais um motivo para se superar.
Os quatro episódios saem do esperado, por não ser aquela matéria especial que mostram os nomes para se ficar de olho antes de uma paralimpíada, mas sim uma aula de narrativa de transformações pelo esporte paralímpico e com visões diferentes de temas importantes, e como cada um tem em entorno de 20 minutos, rapidamente assistimos todo o material.
Nota: 4/5
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Bruno!
Quero parabenizar por trazer questões tão importantes como o tema da inclusão das pessoas com deficiência, muitas vezes subestimadas pela própria família.
Parabéns ao cineasta André pela abordagem sensível do tema.
abraços
Lígia Brull
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Obrigado pelo comentário Ligia
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