Cinema, Crítica de Filme

O Mal Que nos Habita | Crítica

Com uma premissa e ação interessantes, O Mal Que nos Habita se destaca no gênero do terror, mas resolve mal alguns atos. Confira a crítica completa.

Quando temos muitos filmes de terror saindo com certa proximidade, e com os mesmos temas, sejam por motivos religiosos ou por ter uma criança endemoniada, este excesso nos faz perder a noção de como este gênero pode ser inventivo, afinal o medo vem de várias formas. E por isso o terror argentino O Mal Que nos Habita chamou tanta atenção da crítica e público por onde passou.

O filme acompanha dois irmãos que encontram um homem possuído por um demônio, prestes a dar à luz ao mal que carrega, em uma aldeia remota. Na tentativa de se livrar do homem misterioso que os coloca em risco, eles acabam ajudando a libertar o que ele aprisiona.

Não há uma menção durante todo o filme, sobre uma religião, um momento ou até mesmo uma cruz, o longa se baseia no fato do mal existir e que ele sempre vai passar de uma pessoa a outra, sem uma nova incursão. 

Não é algo inédito, mas fazia tanto tempo que não se explorava isso, como se o mal fosse uma contaminação (há cenas de roupas sendo queimadas), nos ligamos facilmente à história dos dois irmãos, que querem apenas sobreviver e salvar suas famílias.

Outro ponto é a ação que envolve a movimentação dos protagonistas entre os atos, há sempre uma urgência, algo que os fará mudar de lugar ou serem obrigados a agir para se salvarem. Há muitos cenários e locais usados aqui para contar a trama principal, que em alguns momentos parecem até distópicos, já que a sociedade mostrada não parece real, e falas como ‘não há mais salvação’ ou ‘acabaram as igrejas’ afirmam isso.

Os atores Ezequiel Rodríguez e Demián Salomón são dois irmãos de realidades diferente, mas se mostram unidos e que brigam um pelo outro, principalmente pelos filhos/sobrinhos, e temos cenas intensas e com bastante sangue.

O diretor Demián Rugna (Aterrorizados) balancea as cenas entre os irmãos, e ao traz momentos violentos, que mesmo que breves, são pesados e duros a quem assiste, afinal tomar uma decisão dura quando envolve a família, é para mexer com quem assiste.

Não espere uma voz, um rosto ou um elemento para simbolizar o mal, afinal como o próprio título diz, ele explora o mal que temos dentro de nós, e como reagimos quando este elemento aflora, mesmo com cenas rápidas e uso do sangue em momentos certeiros.

Os excessos ficam pelos últimos atos, já que há a construção de diversos elementos ao longo do filme, e o roteiro quer finalizar todos os arcos. 

Isso deixa o longa rápido e com escolhas que demandam esse elemento, o primeiro ato lento e para apresentar os personagens, não parece o filme que acelera e começa a não se explicar mais.

Isso faz com que ele se perca nele mesmo, dele ter dificuldade em lidar com temas pesados e não resolvê-los com propriedade. É como se faltasse algo.

Há muitos méritos no filme, seja simplicidade do local e personagem ou de simplesmente não ter uma feição para o mal, porém está longe de ser um terror que iremos lembrar ao falar do gênero no final do ano, apenas se tivermos o mesmo do mesmo.  

Nota: 3/5

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