Mesmo com alguns momentos previsíveis, Nintendo e Eu tem uma história de companheirismo, jovem e regionalista. Confira a crítica completa.

O longa filipino dirigido por Raya Martin (“Independência”) traz um olhar para um grupo de jovens, mas de uma forma regional, principalmente pelo vulcão Pinatubo, cortando a energia elétrica por toda a Filipina.
O longa tem como protagonista o adolescente Paolo (Noel Comia Jr.), superprotegido por sua mãe, e apaixonado por videogame, até que uma série de terremotos causam a erupção do vulcão Pinatubo, cortando a energia elétrica por toda a Filipina.
Sem outra opção, ele e seus amigos terão de sair de casa para passar o tempo. O protagonista se apaixona por Shiara (Elijah Alejo), a menina mais popular do bairro, e não percebe que sua amiga, Mimaw (Kim Chloie Oquendo), gosta dele. E não tem como não se reconhecer.
O diretor sabe trazer este coming of age de uma forma empática e sem perder o seu grupo em nenhum momentos, a intensidade vai também pelas diferenças etárias e sociais.
E a comparação com Conta Comigo (1986), além de ser clara, tem as suas inspirações, principalmente nas relações entre os meninos, mas o destaque fica por trazer a história para um novo ambiente, e essa locação real ser o ponto fixo da história.
O roteiro busca a empatia nos diversos em que mostram os pontos da relação, de tentar fazer o espectador se reconhecer em alguns deles, seja pelos diálogos, ações e atitudes, mesmo que ocorra nas Filipinas, há uma história de reconhecimento aqui.
Além do local, o clima e cores do local são usados como elementos importantes, seja nos possíveis terremotos, a falta de luz, e as lendas locais, são tratados como elementos importantes, com as explicações e predominantes nos atos em sequência.
Essas surpresas iniciais, se perdem em alguns momentos, já que o longa não transmite surpresas ou que algo pode mudar drasticamente. Esse porto seguro, que é o grupo principal, é mantido, seguindo uma linearidade precisa e sem mudanças, sorte nossa que a trama em si é cativante.
A mescla de idades e posições sociais, é suficiente para preencher o filme com camadas infanto-juvenis com diversos assuntos, de uma forma orgânica e sem precisar de uma grande saída. O grupo não precisa de grandes apresentações para entendermos os motivos de andarem juntos.
Nintendo e Eu com este nome, parece um longa com a relação entre alguém e uma máquina, mas aqui é ele apenas mais uma atividade para fazer com os seus amigos.
Nota: 3/5
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