Cinema, Crítica de Filme

Andança – Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho | Crítica

Andança conta a história de Beth Carvalho de uma forma que foge das cinebiografias atuais, e traz um lado da cantora não visto, como cinegrafista da própria vida. Confira a crítica completa.

Crédito: Ivan Klingen

Estamos no momento no cinema, onde cinebiografias são comuns, inclusive uma delas (Elvis), está concorrendo ao Oscar deste ano. E tivemos muitos produtos, seja com bandas como Queen em Bohemian Rhapsody e I Wanna Dance with Somebody falando da carreira de Whitney Houston (Que inclusive são os mesmo produtores), mas Andança – Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho, de Pedro Bronz traz uma forma diferente de mostrar a carreira de alguém.

E ele faz isso com filmagens da própria Beth Carvalho, onde ela segurava a câmera e filmava o que acontecia ao seu redor, e conversava sobre o que ocorria e ainda entrevistava quem estava do outro lado. As imagens do documentário passeiam pelas mais diferentes mídias: super-8, vh-s, mini-dv, k7 e fotos.

Com lado ‘caseiro’ do longa, tem um lado intimista de Beth, fugindo de grandes apresentações, e mais contações de suas histórias. Isso traz a linearidade que um documentário deste tipo precisa, isso é o porto seguro da história, já que em diversos momentos há a busca de ser diferente de alguma forma.

As músicas passeiam pela carreira de Beth, mas há a preocupação de trazer os parceiros de trabalho e suas contribuições para o samba. E ter isso filmado pela própria Beth, é grandioso de ver na tela, afinal ela tem espaço do outro da câmera.

Crédito: Ivan Klingen

O diretor amarra isso aos bastidores de gravação, ensaios e shows em diversos momentos da carreira, mesmo nos momentos onde ela tinha dificuldade de cantar em pé, nestes momentos, a troca entre mídias e algumas ‘puladas’ de tempo, são certeiras trazendo uma fluidez intensa.

Outro elemento que chama atenção, é a falta de depoimentos para câmera falando do biografado, que aqui, não fazem nenhuma falta. O roteiro pensa de uma forma como se fosse a própria Beth contando as suas escolhas musicais e apresentando seus amigos e escola de samba.

Somos presenteados a todo momento, com grandes encontros de sambistas de diversas gerações, e como o diretor viaja pela linha temporal, estes momentos são escolhidos com exatidão como presença de Zeca Pagodinho, Jorge Aragão e Arlindo Cruz.

As diferentes qualidades de imagens e de produtos audiovisuais, não comprometem a forma com que vemos Andança, por causa da forma com que vemos estes produtos, e com as substituições de fotos e áudios, mesmo quem não está acostumado com uma filmagem VHS, não tem problemas aqui. (O fato de eu  conhecer este formato, será que denuncia minha idade?).

Crédito: Acervo Luana Carvalho

Além de explorar a carreira de Beth, há homenagens a personalidade do samba, onde a biografada mostra a sua admiração e como conheceu o trabalho deles, temos, por exemplo, Nelson Cavaquinho, de Cartola, do Cacique de Ramos, do Fundo de Quintal, que são fundamentais para que novos sambistas sejam formados.

Andança – Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho não é só sobre a carreira de Beth, mas um passeio pela sua história, de uma forma que não vemos em biografias. Por isso, este documentário, vale por dois motivos. Para os fãs ou que querem conhecer sua história, e para quem quer ver uma nova forma de se montar uma cinebiografia.

Nota: 4/5

Contato: naoparecemaseserio@gmail.com

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