Confira a crítica de ‘Cabrito’ um longa de terror que sabe provocar o espectador a cada cena em três atos marcados.
Dividido em três capítulos, Cabrito conta a história de um homem assombrado por seus entes queridos. O filme começa com a história de seu pai e como a família se tornou canibal. A segunda parte se concentra em sua mãe e em como ela desperta o pior em seu filho com sua religiosidade distorcida. A última parte é focada na catarse (E que catarse) final do personagem principal, quando ele sequestra seu primeiro amor e reproduz o desumano comportamento ao qual foi submetido em suas relações familiares.
Apenas essa demonstração dos três atos de ‘Cabrito’ já mostra que é um filme bem marcado, com diversas reações que irão acontecer ao longo da narrativa, o que marca nessa produção é justamente deixar o sangue pra momentos específicos e prender o espectador com uma história que se encaixa bem nos longas de terror atuais.
Os atos podem ser distintos, mas a parte técnica é acima da média por todo o filme, há uma distribuição de luz bem colocada, que valoriza os personagens, uma ótima ideia saída, quando percebemos que a narrativa se passa em uma casa humilde com pouca iluminação.
O diretor Luciano de Azevedo, faz algo interessante aqui ele usa muito pouco os ‘jump scares’ (Aqueles sustos gratuitos), e toda uma preocupação estética em cada morte, algumas até mesmo tem um leve tom poético, devido as mortes serem causadas por crianças.
Os três atos se unem não como uma única história, elas se unem no seu meio, são homens que recorrem a violência, mas são rejeitados pela sociedade e seus pares, além serem maltratados pelos pais na infância. Não justificando seus atos claro, mas o meio de cada personagem é duro.
‘Cabrito’ sabe usar os elementos a seu favor, e soube ter o cuidado necessário para cada momento, com uma forma que lembra bastante as narrativas deste ‘novo terror’ que se preocupa em trazer uma boa história, deixando os elementos mais ‘gore’ como algo mais.
Nota: 4/5
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