Confira a crítica de ‘O Cemitério das Almas Perdidas’ que traz uma atmosfera assustadora em uma história que flerta com a realidade brasileira

O Brasil foi colônia de Portugal tempo suficiente para conceitos europeus fossem enraizados na cultura indígena, principalmente quanto a religião, dizendo que o que eles acreditavam estava errado e por isso muitos forma catequizados e seus costumes alterados. A partir disso, somos apresentados a nova obra de Rodrigo Aragão (A Mata Negra), mas o contrário do filme anterior, aqui ele vai para um outro caminho, sem claro esquecer a sua forma de fazer cinema de terror.
Corrompido pelo poder do livro negro de Cipriano, um jesuíta (Renato Chocair) e seus seguidores iniciam um reinado de terror no Brasil colonial, até serem amaldiçoados a viver eternamente presos sob os túmulos de um cemitério. E conforme entendemos a premissa percebemos que o filme terá sua história restrita a poucos lugares. E isso é ótimo, já que o cinema de Aragão é reconhecido justamente pelos detalhes de seus cenários.

‘Cemitério’ desde a cena 01 cria uma atmosfera densa que prende o espectador na trama, isso aliado a uma trilha épica que permeia toda a narrativa, mesmo com filme que trabalha com diversas subtramas. Essas subtramas que parecem ser ‘soltas’ no começo vão aos poucos se unindo em um ato final digno dos terrores atuais.
Novamente o trabalho técnico da produtora Fábulas Negras precisa ser elogiado, as transformações e maquiagens dos atores são magnificas durante todo o filme. Principalmente nos momentos que os habitantes do cemitério que trocam de aparência a cada movimento da trama, mesmo com uma fotografia mais escura, percebe-se o cuidado em fazer uma maquiagem específica para cada ator e atriz.

Os cenários não são grandiosos, mas são elementos bem usados e cruciais para diversos momentos do filme, principalmente naqueles momentos ‘bem contra o mal’. Aliados a isso temos uma fotografia típica, com adição de filtros verdes e azuis, além dos cuidados de quando há luz de velas e fogo em cena há um filtro amarelo.
Rodrigo traz um história bem concisa aqui, usando bem todo o elenco disponível, cada um tempo tem um tempo de tela interessante e agregam algo a trama, principalmente Renato Chocair que faz o ‘dono’ do livro, ele tem diversas transformações ao longa da história, tem cenas dignas de terror mais gore e de um terror mais clássico, onde uma olhada para câmera já é suficiente para impor sua presença.
‘O Cemitério das Almas Perdidas’ é um novo acerto de Rodrigo, ele faz um filme fluído e bem montado, além de prestar atenção aos detalhes, sem precisar ‘assustar’ gratuitamente o espectador
Nota: 3/5
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