Confira a crítica de ‘Fendas’
Percebemos logo na primeira cena que o filme de Carlos Segundo sobre Catarina (Roberta Rangel) que ele será uma experiência diferente do que estamos acostumados, devido aos poucos cortes que ele possui e ainda por ter enquadramentos que priorizam a protagonista.
Ao fazer isso, o diretor deixa claro seu foco, que é vida de Catarina e dar um ar de realidade a professora e suas perdas ao longo da vida. Essa obsessão pautada no real é mantém o filme em curso e ao mesmo tempo faz analogias a mente humana, por ter cenas organizadas e cenas caóticas para justamente mostrar as nuances da mente humana, são tomadas simples que fazem a diferença.
Aliado a isso temos uma fotografia que abraça as ideias do diretor, com cores vivas quando necessário, uso de planos bem abertos e iluminados para dar sentido à obra, como se um complementasse o outro. Do cotidiano para ideias que estão em construção.
As sugestões que permeiam o filme são o que mantém a atenção do espectador a tela, afinal o que é real ou o que é imaginação na mente de Catarina? O começo pode até indicar isso, mas conforme avançamos na narrativa, percebemos que existe uma linha tênue em toda história.
Por Catarina se interessar por uma parte da física que é mais teórica que prática, o filme se aproveita totalmente disso para dar monotonia nos momentos certos, e dar ritmo em outros, sempre fazendo alusão a fenômenos físicos que permeiam a pesquisa da protagonista.
Fazer um filme poético com física de pano de fundo é um desafio interessante, que aborda temáticas tão humanas, gera alguns problemas como as camadas da protagonista e seus arredores, eles estão relacionados a outros pontos no longa o que deixa alguns personagens sem proposito e alguns pontos de diálogo levemente deslocados. Como o saldo final é positivo, fingimos que nem percebemos isso.
*Filme visto no 7° Festival Internacional de Cinema de Brasília
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Não Parece Mas É Sério 