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| Pastor Cláudio | Crítica

Confira a crítica de Pastor Cláudio


“Um povo que não conhece sua história está condenado a repetí-la” do filósofo Edmund Burke (1729-1797) é a primeira frase ao quem vem a tona quando começa a exibição de Pastor Cláudio por mostrar a época da ditadura militar brasileira (1964-1985) e como Cláudio Guerra foi um das peças importantes das atrocidades nesta época da história.
Cláudio (Agora pastor, por isso o título do filme) conta ao psicólogo Eduardo Passos que também é ativista dos Direitos Humanos com ênfase a atendimentos a vítimas da violência do Estado. Enquanto a conversa ou entrevista ocorre a diretora Beth Formaggini (Uma Família Ilustre) montra um cenário com um telão que são projetados fotografias e vídeos das vítimas.
Tecnicamente falando, conforme o filme com aspecto de documentário avança, começamos a entender o passado de Cláudio e até mesmo que não viveu na época da ditadura se surpreende de como tudo ocorre e como Cláudio lidou com as ordens que recebeu na época.
O filme é duro e forte mas sem apelar para violência ou cenas pesadas da época apenas as imagens simples e o “depoimento de Cláudio é suficiente para causar a tensão necessária para um filme que toca em uma parte ruim da história brasileira.


O longa usa como referência histórica a Operação Radar (1973-1976) onde 19 integrantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) foram torturados e executados e Cláudio tinha a missão de dar destino aos corpos, assim impedindo as famílias dos desaparecidos políticos a chance de enterrar seus entes queridos.
Os detalhes de como tudo ocorreu estão muito vivos na memória de Cláudio e como ele dá detalhes a tudo chegando a impressionar, mas não amacia todas ordens que ele executou ao longos dos anos.
Pastor Cláudio não foca em apenas no seu personagem título, ele dá nomes a diversos personagens reais na história mostrando que a questionável Lei da Anistia promulgada pelo então presidente João Batista Figueiredo (1918-1999) que reverte diversas punições a cidadãos por crimes na ditadura, ajuda a entendermos melhor o que houve neste período, afinal sem essa lei filmes como Pastor Cláudio seriam mais difíceis de serem feitos, teríamos muita dificuldade de mostrar a realidade da época para as futuras gerações ou relembrar essa época tenebrosa.
O longa é duro, mas se faz necessário, por contar nossa história como país e precisamos de filmes como esse para que isso não seja esquecido. 

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