Cinema, Crítica de Filme

Confinado | Crítica

Longa acerta na imersão, mas esquece de colocar uma história apreensiva junto do protagonista.

Crédito: Diamond Films

O filme argentino 4×4 (2019) traz a história de um homem que ao tentar roubar um carro de luxo, fica preso e refém do dono do veículo, com isso ele precisa sobreviver dentro do carro. Essa narrativa já foi adaptada para o cinema brasileiro, onde ele foi chamado de A Jaula (2021) e agora temos a adaptação americana protagonizada por Bill Skarsgård e Anthony Hopkins

Eddie (Skarsgård) precisa de dinheiro rápido, por isso vê no carro de luxo que está destrancado em um estacionamento público, a oportunidade de pagar suas dívidas e tentar ser um pai melhor, porém William (Hopkins) tem outros planos.

Ao ficar preso, o espectador é rapidamente imerso dentro da atmosfera do carro, e duas realidades: a do protagonista que sabe que tem uma má índole e o dono do carro, que se sente no direito de torturar alguém, por se sentir injustiçado pela falta de segurança onde mora.

O diretor David Yarovesky (Brightburn: Filho das Trevas) consegue imprimir com alguma facilidade essa atmosfera claustrofóbica que o longa precisa ter, para conseguirmos sentir e perceber as emoções de Eddie, e as suas sensações dentro do carro.

Crédito: Diamond Films

Os bons primeiros atos são trocados por novas atmosferas que sofrem com as repetições de eventos, e uma história vazia, por sempre entra um diálogo falando sobre problemas sociais e os pensamentos do médico. Isso desgasta o filme.

Bill ao menos traz as diversas camadas que um personagem desse tipo precisa, ele imprime as dores, angústias e reflexões de William com dinamismo e leveza, em momentos chave. Hopkins fica a sua sombra, não por sua capacidade, mas por não ter o mesmo desenvolvimento e seu tempo de tela não ser bem aproveitado.

O uso do carro como cenário é limitante claro, mas as trocas de câmera, uso dos elementos do carro, como a central multimídia e câmeras internas do carro dão aquele sentimento de clausura e mudam quando há alguma troca sentimental.

O propósito da trama se perde por justamente não abordar o que os dois personagens sentem com profundidade, deixando muitos momentos na superfície, sem nenhum ganho.

Ele não perde por ser mais uma versão de 4×4, mas por não conseguir ir além da prisão e da relação entre sequestrador e bandido, deixando tudo como se fosse apenas um devaneio de um homem que sente que uma vida do outro não importa, mesmo que ela seja de uma pessoa de má índole. Faltou afirmar a que veio.

Nota: 2/5

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