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Carcaça | Crítica

Carcaça fala das pressões dos relacionamentos, mas se perde em algumas resoluções no caminho.

Crédito: Divulgação

O filme escrito e dirigido por André Borelli se passa durante uma pandemia, e acompanha a vida do casal interpretado por Paulo Miklos e Carol Bresolin, até que a falta de liberdade e de convivência social começa a afetar seu relacionamento. Refletindo sobre o que é possível esconder, as máscaras sociais começam a cair e a real identidade do casal vem à tona. 

O longa é apenas sobre a rotina do casal, que é filmada de perto, com bons planos e dando elementos ao espectador para explicar o que está acontecendo, e pelo isolamento que a pandemia os levou.

Há tensões espalhadas pelos atos, pois não sabemos quais os motivos deles estarem juntos, e o roteiro sempre separa momentos dos dois sozinhos para explicar suas motivações e estruturas.

Como sempre temos algo a ser explorado, não temos a certeza do que eles estão imaginando, enlouquecendo aos poucos ou simplesmente exteriorizando sentimentos em meio aos caos.

Isso funciona até certo ponto, já que gradativamente o foco começa a sair do casal e ir para Carol, que tem boas cenas, porém alguns momentos parecem apenas insegurança feminina ou uma objetificação que pouco é desenvolvida, afinal não sabemos como os dois se conheceram.

Crédito: Divulgação

O thriller psicológico pode até perder intensidade, mas ele sabe o tema pesado, que inclusive pode gerar alguns gatilhos de relações abusivas, seja pelas explosões de Paulo ou de não termos total consciência se um determinado diálogo ou momento aconteceu.

Mesmo quando apenas vemos a rotina do casal, não temos uma clareza de linearidade, de quanto tempo passou, embora temos a repetição da rotina da protagonista, como seu café da manhã e exercícios. 

A repetição de momentos faz com que os plots sejam interessantes, pois boa parte deles não é construída, acontecendo de uma forma inesperada, auxiliada pelos planos e intensidade de cenas dos dois.

O avanço entre os plots pode até favorecer Carol, dando a ela mais tempo de tela, porém a parceria no protagonismo com Paulo tem boas cargas e desenvolvimento, mesmo com alguns problemas no percalço, há como reconhecer os temas.

A partir do dia 3 de março o longa estará disponível nas plataformas de aluguel: Total Play, Apple, Net Now, Youtube, Vivo, Amazon, Claro Video, Google Play.

Nota: 2/5

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