Cinema, Crítica de Filme

Último Alvo | Crítica

Último Alvo traz a dramaticidade de Liam Neeson primeiro, sem precisar da ação para contar sua ótima história.

Liam Neeson ficou conhecido recentemente por sua figura de ação, filme após filme, temos ele batendo, correndo e dizimando os inimigos na trama, sem qualquer arco de desenvolvimento ou elementos importantes em seu personagem e o que o envolve, porém Último Alvo traz um arco dramático sobre ele, para apenas depois (bem depois, eu diria) trazer a ação para o foco.

O filme dirigido por Hans Petter Moland (Vingança a Sangue Frio) traz a história de Murtagh (Liam) é um ex-gângster que, após descobrir uma doença terminal, decide tentar reconstruir sua vida longe do crime, porém um filme que tinha para ser aquele ‘último acerto de contas’ acaba sendo a história de um homem que apenas quer se reconectar com sua família, antes que sua condição piore.

Murtagh não foi um bom pai, avô e namorado, e o diagnóstico é a premissa para ele tentar mudar tudo, e ao menos deixar uma impressão que ele é uma pessoa boa. O desenvolvimento desse arco dramático é preciso, delicado e duro, afinal ele tem consciência de seus atos.

Liam é perfeito na construção da nova personalidade do protagonista, com a família, como ele está lidando com o diagnóstico e escondendo o que está acontecendo com o seu chefe e nas missões. Esse excesso de arcos, nos faz esquecer totalmente que praticamente não tivemos aquelas típicas cenas de ação de seus filmes.

Construir um lado humano, denso e com emoção primeiro, e depois ir para ação, é interessante aqui, por nos ajudar a criar empatia com o protagonista e suas batalhas internas, onde entendemos suas relações e por que ele segue em frente.

A ação demora a vir, e pouco impressiona, ela não tem a mesma profundidade, ela é rápida e concisa, pelo menos é bem executada, principalmente nas perseguições e finalizações. 

A atmosfera gângsters fica pelo entraves que Murtagh entra pelo seu trabalho, e suas relações com o seu chefe Charlie (Ron Perlman) e seu filho Kyle (Daniel Diemer) que servem troca de arco e trazer o ‘trabalho’ do protagonista à tona, já que a família pouco sabe dele.

A doença do protagonista fica nos detalhes, como ele esquecendo nomes, lugares e seus sonhos com o pai, e sempre temos algo para nos lembrar que sua memória está piorando, seja um diálogo, momento ou algum erro cometido. 

Uma grata surpresa na carreira de Liam é este filme, somos surpreendidos por suas camadas dramáticas e pouco pela ação. E fazia tempo que não éramos surpreendidos pelo  Liam dramático do que o Liam persona de ação.

Nota: 4/5

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