MMA – Meu Melhor Amigo tem bons diálogos, boa abordagem do autismo e Mion surpreendente, o que nos faz deixar de lado alguns problemas na coreografia de lutas.

Marcos Mion é um dos que lutam pela conscientização do autismo e sobre como é viver com alguém com a desordem do desenvolvimento neurológico, então ele tem total capacidade de não só escrever (o argumento do filme é dele), como protagonizar um filme, que tenha esse tema. E ele é bem sucedido em boa parte do longa.
Max Machadada (Marcos Mion) descobre que é pai de Bruno (Guilherme Tavares) um menino autista de 8 anos, e além dessa nova responsabilidade, ele tem uma lesão grave no ombro e busca uma última luta para provar seu valor como lutador de MMA profissional.
O envolvimento de Max com o filho e suas particularidades é bem explorado pelo roteiro, entendendo tudo que Bruno precisa, como ele sente e vive esse mundo, mesmo vendo um caso específico na telonas, há como perceber elementos como ‘autismo não é doença’, ‘ele é diferente de vocês’ e ‘ele sente o mundo diferente da gente’ pela trama de uma forma orgânica, e sem exagerar na emoção.
Mion é um protagonista intenso, que precisa ser pai, lutador e manager da carreira, com isso percebemos como Marcos se preparou bem para o seu primeiro protagonista no cinema, ele deixa os trejeitos de apresentador fora de Max, ele faz um protagonista formidável aos cinemas.

Mesmo assim, temos uma outra grata surpresa na atuação, Antônio Fagundes é pai de Max, um boxeador aposentado, que além de desdenhar do MMA, é um pai que teve seus problemas na criação do filho, e tenta pelo neto ser um avó presente, e não deixando que o filho cometa seus erros.
Marcos alterou seu físico para personificar Max, ele tem um corpo perfeito para fazer este lutador, que mesmo em baixa, cuidou do seu físico, e mesmo com o ombro, quer provar seu valor e fazer sua última luta valer a pena.
Temos uma construção para a derradeira luta, junto com os elementos ligados a Bruno e Mariana (Andreia Horta) que estava ligada a criação do menino, e que une os dois após o exame de DNA, e claro, serve como interesse amoroso nos atos finais, e as cenas de preparação para a luta final.
Neste momento, que é o clímax do filme, há alguns problemas na coreografia da luta (que se repetem quando Max treina com outros lutadores) não gerando o envolvimento do espectador com a pancadaria, há repetições de movimentos, detalhes de quem acompanha o esporte, vai perceber que ficaram de fora ou não tem uma boa representação na cena, mesmo com os ótimos cenários e fotografia que conseguem imprimir um bom sentimento de imersão (a academia é um ótimo exemplo).
O filme dosa bem a carga emotiva, e sabe os momentos que precisa explorar os sentimentos de Max quanto ao filho e as necessidades que o filho autista precisa, e os momentos de superação, o que nos faz esquecer que ele tem pontos a melhorar, para a nossa sorte, ele é bom onde é realmente necessário e importante.
Nota: 4/5
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