Goosebumps: O Desaparecimento aposta nos carisma de seus personagens para depois trazer o terror e seus mistérios.
Goosebumps: O Desaparecimento começa com os gêmeos fraternos Devin (Sam McCarthy) e Cece (Jayden Bartels) se adaptando à vida com seu pai recentemente divorciado, Anthony (David Schwimmer). Quando a dupla descobre uma ameaça se agitando, eles rapidamente percebem que segredos obscuros estão entre eles, desencadeando uma cadeia de eventos que desvendam um profundo mistério.
A série é conhecida por ser um terror infantil, com seus monstros por temporada, e Desaparecimento não é diferente, porém ela prefere ser um pouco diferente das outras temporadas, apostando no carisma dos personagens inicialmente e aos poucos introduzindo os elementos de terror e mistério.
No começo temos um pai que quer se reconciliar com os filhos nessas férias de verão, e retomar sua carreira como botânico, e claro, que um incidente que remete ao seu passado, que gerou a perda do seu irmão, faz com que seus objetivos sejam mudados.
Os primeiros episódios trazem Anthony isolado, mas um elenco jovem com bastante tramas a serem exploradas na sequência da história, seja pelos gêmeos que têm personalidades diferentes, e que conhecem os jovens da cidade, e se afeiçoando aos poucos a eles.
Mesmo com um começo que já conhecemos, de algo no passado que mexe no presente, a forma com que vemos é ao menos diferente, de colocar o suposto monstro/planta como algo a ser trabalhado junto com a história pessoal de Anthony.
Os efeitos especiais são de extrema qualidade, ricos em detalhes, que são incorporados aos personagens, junto com maquiagens e efeitos práticos que facilitam a aceitação desse monstro que está em busca de um hospedeiro.
O fato do pai ser solitário facilita alguns momentos na trama, já que ele consegue se deslocar e pesquisar sem precisar de grandes desculpas, e como ele é quem busca as respostas por ser um dos especialistas há como se apoiar em sua figura em momentos importantes.
David Schwimmer (Friends) imprime essas camadas de um pai que sabe seus defeitos e que precisa melhorar sua autoestima; ele se esforça e se transforma conforme a trama principal avança, ele modifica sua personalidade de acordo com o seu redor.
O elenco jovem também é um bom acerto, o grupo tem seus sentimentos explorados, e principalmente, as uniões e objetivos de vida desenvolvidos logo nas primeiras cenas, construindo um grupo rapidamente.
O trauma familiar carregado pelo pai também é rapidamente levado aos pontos principais, com pontos diferentes, seja pelo pai que nunca entendeu a morte do irmão, e o filho que aparentemente passará pelo mesmo processo do tio.
Por focar em seus personagens e não na ‘ameaça’, os dois primeiros episódios mostram que com o grupo estabelecido e com apenas um adulto, fica mais fácil, digamos assim, para novos elementos sejam colocados; mas essa temporada, que não lida aparentemente com as outras histórias, tem apenas 8 episódios (disponíveis na Disney+) para contar tudo, e os dois primeiros foram apenas introdutórios.
Nota: 4/5
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