Cinema, Crítica de Filme

Baby | Crítica

Drama LGBTQIA+ explora a relação da dupla protagonista, onde eles aprendem não apenas como sobreviver, mas como aprofundar relações.

Logo após ser liberado de um Centro de Detenção para jovens, Wellington (João Pedro Mariano) se vê à deriva nas ruas de São Paulo. Durante uma visita a um cinema pornô, ele conhece Ronaldo (Ricardo Teodoro), um garoto de programa, que lhe ensina novas formas de sobreviver. Aos poucos, a relação dos dois se transforma em uma paixão cheia de conflitos, entre a exploração e a proteção, o ciúme e a cumplicidade. 

A direção de Marcelo Caetano (Corpo Elétrico) traz a dupla protagonista para o foco, e a partir da convivência e principalmente da sobrevivência do dia a dia, trazer a profundidade do tema e relações que exploram outros pontos além deles.

O filme que parece contido inicialmente, pois prefere se apoiar apenas nos dois, vai se expandindo a partir de Ronaldo, que não vê em Wellington uma forma de ganhar dinheiro, ele sente afeto e com isso, o longa é transformado.

Ele não só passa a ele novas formas de sobrevivência, mas de se encontrar depois da detenção com relações mais saudáveis e entender melhor a sua família, já que seu pensamento é sobre abandono de todos que estão no seu círculo.

Essa proximidade de sentimentos passa pela grande atuação de João Pedro e Ricardo que transmitem com facilidade as camadas e os sentimentos de seus personagens, e em todas as trocas de arcos que o roteiro, os dois se tornam o ponto de atenção a todo momento.

As amizades e a famíla até são secundárias, mas todas agregam algo a linearidade de fatos, seja  a ex-esposa (Ana Flavia Cavalcanti) e sua companheira (Bruna Linzmeyer) que não só trazem Wellington para seu círculo de convivência, como o ajudam a resolver suas questões emocionais.

Além de bons temas e diálogos, o diretor mantém a câmera próxima com planos fechados e movimentações, que nos transportam para dentro do filme, além de ótimas locações e cenários, que mostram a realidade dos dois, e os locais que eles frequentam.

Mesmo que as trocas entre os personagens seja o primordial de Baby, ele sempre mostra os locais, para o toque de realidade necessário, e as situações que os dois se envolvem para apenas ter o dinheiro do aluguel.

Depois de tanto que os dois irão passar pela trama principal, ainda temos a fase aceitação, onde entendemos onde estamos e que vamos para a novos momentos de vida, que fica a lição do que aprendemos e vivemos. E Baby passa por estas etapas ao longo do filme, como uma jornada de aprendizagem e compreensão de si mesmo.

Nota: 4/5

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