Corpo Presente une poesia, performances e elementos de teatro, em um filme que usa o corpo como um instrumento para contar uma história.

O filme investiga o corpo como forma de arte, expressão e identidade, criando um retrato contemporâneo das possibilidades do corpo e de suas imagens. Acompanhamos de perto a jornada autobiográfica da personagem principal que numa espécie de diário subjetivo escrito na pele, registra sensações e reflexões, buscando compreender a si mesma e ao mundo ao seu redor. Ao se deparar com diferentes experiências, ela nos conduz a outros corpos e outras histórias que habitam a contemporaneidade. Os múltiplos corpos que compõem o documentário são corpos políticos que criam e propõem novos universos, sinalizando novas formas de estar no mundo, traduzindo a sociedade contemporânea em toda a sua complexidade.
A forma com que vemos o longa escrito e dirigido por Leonardo Barcelos é um convite poético a uma história sobre expressões, usando as performances em tela para trazer os elementos interessantes, como se assistirmos a diversas peças de teatro, que unem dança e intensidade.
Combinado a estes cortes que o diretor precisa fazer para mudar a atmosfera, temos uma narração, que muda de voz, mas nos mantém na jornada da protagonista de alguma forma, como se fosse o guia da jornada pelos sentimentos da protagonista.
As performances são corporais, com nudez e cheias de envolvimento com a câmera, com profundidade e dinamismo, que não se repetem a cada novo ato, mas sem perder a estrutura narrativa criada em seu começo.
Há muita força corporal em todas as performances, e todas são potentes e densas a seu formato, e como não temos como perceber como será a próxima, todas acabam se destacando, mesmo todas tendo os temas já supracitados.

A estrutura de tudo é magnífica, o diretor muda de planos e cores a cada novo momento e ato, sendo tudo poético e sincronizado com uma narrativa que adiciona elementos aos poucos, com uma jornada pessoal.
A narração substitui os diálogos, que não fazem falta, por tudo que vemos, principalmente pelos diferentes corpos e cenas que vamos assistindo, mesmo com uma personagem e narrativa fictícia.
O diretor usa os planos para dar proximidade as cenas e traz o espectador como se ele estivesse na primeira fila vendo de perto, mas ele também traz uma novas percepções a ele também quando muda as cores, afasta a câmera para mostrar o todo, como se fosse para ver o palco inteiro e dar as devidas proporções.
Com uma atmosfera diferente, Corpo Presente é um deleite aos olhos, com uma jornada que mexe com o espectador, principalmente com quem está mais acostumado com o teatro, e vale prestar atenção, principalmente as narrações e as complementações com as cenas.
Nota: 3/5
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