Cinema, Crítica de Filme

O Vazio de Domingo à Tarde | Crítica

Passando por bastidores e momentos dentro da atuação, O Vazio de Domingo à Tarde usa a metalinguagem para contar uma história interessante com diversos pontos de realidade.

Crédito: Andre Carvalheira

Mônica (Gisele Frade) é uma atriz de renome, cuja imagem se desgastou. Cansada dos abusos e da falta de oportunidades, busca reinventar sua carreira. Já a jovem Kelly (Ana Eliza Chaves) mora em Abadiânia, interior de Goiás, onde a atriz participa de uma filmagem. A moça é uma fã e obcecada em ser famosa, e vê nesse encontro a chance de começar sua escalada para o sucesso. Os caminhos das duas se cruzam, enquanto uma enfrenta a decadência, a outra sonha com o glamour.

Que a atuação, ou que atrizes de renome e começando tem percepções diferentes sobre o sucesso e impacto no que fazem é inegável; o filme dirigido por Gustavo Galvão (Ainda Temos a Imensidão da Noite) é sobre isso, essas camadas que a atuação tem sobre as pessoas.

Há uma distinção de núcleos que pouco se comunicam fisicamente, mas tem um grande valor para a trama principal por trazer duas situações distintas sobre o mesmo tema, ambas falam de atuação, mas em momentos de vida e carreira diferentes.

Gisele e Ana têm personagens diferentes, onde o roteiro vai buscar semelhanças nos diálogos e nos momentos que elas vivem, mesmo com núcleos bem divididos e arcos que pouco se complementam. Gisele é conhecida, porém passa por um mal momento profissional e Ana inspirada pela sua atriz favorita quer começar na carreira.

Crédito: André Carvalheira

O diretor mostra dinamismo de cenas por termos quase dois filmes em um, ele tem locais e situações diferentes, além de um elenco secundário que envolve as duas, que também é heterogêneo e precisa complementar tramas.

Há muito a ser explorado, e o filme sabe entender e lidar com as visões que vamos acompanhando, principalmente sobre os elementos relacionados a carreira das duas, o drama que as duas vivem também passa pelo bom roteiro que usa cada elemento com cuidado.

Mesmo com tanto acontecendo há como perceber as intenções da história e as histórias reais que são base para a trama principal, sem necessariamente criticar, apenas trazendo a vida pessoal para o filme e como elas reagem ao que presenciam, quando as câmeras desligam.

Os dois mundos de atuação são os grandes momentos de Vazio, de como são universos diferentes, que evocam momentos e respostas diferentes pelos que elas estão passando, por isso que as atuações de Gisele e Ana são tão marcantes nessa narrativa.

O Vazio de Domingo à Tarde mistura muito inicialmente, mas entende bem o que quer passar e como fazê-lo, com um filme sobre bastidores da atuação, bem contados e dramatizados.

Nota: 4/5

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