Com doença rara, padre conta a experiência de gravar documentário que fala sobre sua vida e missão.
Padre Márlon Múcio é o Milagre Vivo, título que dá nome ao documentário, que estará em cartaz nos cinemas nos dias 11 e 12 de novembro. O filme conta, sob as lentes de gravação da Lumine, a vida do sacerdote, como ele mesmo diz, “nua e crua”, com a experiência humana de fé, dor, esperança e o poder transformador do sacrifício. Para quem não acredita em milagres, o padre Márlon diz entre risos que “tem muitos, nas ruas, perambulando por aí”.
Ele é um. O padre toma quase 300 comprimidos por dia e a doença rara que o acomete há 12 anos, é a RTD – Deficiência do Transportador de Riboflavina, que atinge 1 a cada 1 milhão no mundo. Ela não o impede de viver o sacerdócio e nem lhe tira o sorriso do rosto, muito menos a animação. “Ser raro e ainda mais no Brasil, que nós tanto amamos, é fazer toda hora dos limões da vida uma limonada. É um grande desafio, mas se eu tivesse que nascer de novo com uma doença rara, eu nasceria. Porque eu penso que assim, Deus me ama, me santifica e me dá uma amplitude de evangelização fora do comum”, ressalta o padre.
Padre Marlon é muito animado e nem mesmo suando “em bicas” pela fadiga muscular excessiva e da dor, ele perde o carisma. Foi nesse ritmo que ele, junto a equipe da Lumine, que produziu o documentário, partiram em direção ao Vaticano. A peregrinação para encontrar o Papa Francisco foi para pedir uma bênção para a “Casa de saúde Nossa Senhora dos Raros”, fundada por ele, e presentear o pontífice com imagem de “Nossa Senhora dos Raros”.
Nessa caminhada muita coisa acontece. É possível ver padre Marlon passando pela dor, quando a traqueostomia que usa estraga e é preciso passar por uma cirurgia para a troca, assim como a emoção quando consegue o tão sonhado encontro com Papa Francisco. O sacerdote trata esse momento como um grande desafio, mas sempre sob o olhar de Jesus. “Registramos a minha vida diante das telas. Quem assistir vai ver eu como sou. Algumas vezes passando mal, outras caminhando com a força do Espírito. Eu não sou ator, eu não enceno, eu não estou contando uma história, mas a minha história”.
A caminhada foi longa. O documentário Milagre Vivo mostra os locais pelos quais ele e sua equipe passaram, e que construíram uma narrativa que passa pela viagem entrelaçada com a missão no Brasil. “Quando cheguei a Basílica de São Pedro, no Vaticano, ela foi aberta só pra mim e o grupo que estava comigo. Vocês acreditam? Foi uma coisa incrível”, lembra o padre com muita alegria.
Outro momento marcante durante as gravações, que ele se recorda e até afirma ser uma “curiosidade” durante as filmagens, é que quando chegaram a Assis, os sinos não paravam de tocar. “Chegamos a Assis para estar com o Beato Carlo Acutis, os sinos de Assis tocavam todos ao mesmo tempo e intensamente. Nós descobrimos que na hora que chegamos, estava sendo reconhecido pelo Santo Padre, o Papa Francisco, o milagre que levou o Beato Carlo Acutis ao título de santo, o milagre para a canonização dele. Foram muitos mimos de Deus”, completou.
Toda essa trajetória será possível conferir em Milagre Vivo, que estará em cartaz nos cinemas nos dias 11 e 12 de novembro, em todo o Brasil.
