Animação, Cinema, Crítica de Filme

A Arca de Noé | Crítica

Maior Animação Brasileira de todos os tempos celebra a obra de Vinícius de Moraes

Os clássicos poemas de Vinícius de Moraes, parte da obra A Arca de Noé, marcaram a infância de muitas crianças das décadas de 1980 e 1990, ao serem musicados e ganharem versões nas vozes de Chico Buarque, Milton Nascimento, Toquinho, Marina Lima, Ney Matogrosso, entre outros. 

Quantas vezes você já ouviu a música “A Casa” – “Era uma Casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada” – ou “O Pato” – “Lá vem o pato pata aqui, pata acolá. Lá vem o pato para ver o que é que há”? Pois é. Esses e outros sucessos como “A Corujinha”, “A Pulga”, “Menininha” fazem parte do álbum de Vinícius. 

Agora, em 2024, a obra ganha uma nova versão. Idealizado por Suzana de Moraes, filha do poeta, chega aos cinemas A Arca de Noé, que começou a ser planejada em 2010 e hoje é lançada como a maior e mais cara animação brasileira de todos os tempos.

Dirigida por Sérgio Machado e Alois Di Leo, o filme traz a história de Vini (Rodrigo Santoro) e Tom (Marcelo Adnet), uma dupla de ratinhos músicos que, ao saber do anúncio do dilúvio, consegue entrar na arca construída por Noé, mesmo sabendo que um deles deveria ficar de fora. Durante o tempo dentro do grande barco, a pouca comida restante torna-se motivo de uma rebelião liderada pelo Leão. Para resolver o problema, os animais decidem realizar um concurso de música no qual o vencedor se tornará o líder dos animais. 

O roteiro de Sérgio Machado é criativo e consegue inserir as músicas de Vinícius de Moraes em uma história inteligente. Porém, o grande número de elementos, principalmente o excesso de personagens, deixa pontas soltas no filme, com propostas não concluídas que tornam o filme cansativo. 

A proposta de abordar assuntos em alta, como a diversidade, por exemplo, é boa, mas mal executada ao situar a história no passado (nos tempos de Noé) e se referir a elementos atuais como dancinhas do “TikTok”, “selfies”, etc. 

Além de Santoro e Adnet como Vini e Tom, o elenco de dublagem conta ainda com outros nomes conhecidos do público brasileiro como Alice Braga, Gregório Duvivier, Julio Andrade, Bruno Gagliasso, Giovanna Ewbank, Eduardo Sterblitch, Marcelo Serrado, Seu Jorge, Ingrid Guimarães, Heloisa Périssé, Débora Nascimento, Monica Iozzi, Babu Santana, Luis Miranda, Leandro Firmino, Daniel Furlan, Adriana Calcanhotto, entre outros.

A dublagem dos atores é excelente, trazendo características exclusivas para cada personagem. Entretanto, a mixagem das músicas cantadas pela dupla de ratos parece não ter sido feita com muito cuidado, já que as vozes dos atores ficam fora das bocas dos personagens enquanto cantam.

O processo de animação do longa foi realizado graças a uma parceria entre Brasil e Índia, e entregou um belo trabalho em uma mistura de elementos 3D e 2D, que resultou em uma obra de arte agradável aos olhos do público. A CMG, produtora norte-americana também fez parte da criação do filme.

A Arca de Noé chega aos cinemas como uma grande produção que celebra a obra de um dos maiores poetas brasileiros, com canções que marcaram o passado e agora vão impactar muitas crianças da nova geração. 

Nota: 3/5

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