A Vilã das Nove mistura os conceitos de vilão e mocinha de novela em um filme cheio de carisma.
O conceito de ‘minha vida daria uma novela’ ou ‘minha vida daria um filme’ ganha outros ares no filme dirigido por Teodoro Poppovic (Rota 66), com roteiro dele e de Mariana Muniz (Mato Sem Cachorro), traz a paixão do brasileiro em acompanhar uma novela de sucesso, mas de uma forma diferente, afinal, imagina sua vida sendo um sucesso na novela das nove.
O filme acompanha Roberta (Karine Teles), uma mulher que passou por problemas comuns e se superou, mas percebe que a trama da nova novela das nove é baseada na sua própria história, com detalhes que chamam sua atenção.
A vida de todos parece nos eixos, Roberta tem um bom relacionamento com o ex-marido e filha, um trabalho que está indo bem e pagando os boletos em dia, e tudo muda quando ela começa a acompanhar a novela, já que tem alunos dela no elenco.
As camadas de Roberta são expostas neste momento, de como ela tem um passado pesado e controverso, e ela não deixou nenhuma pista ou algo pelo caminho, e os detalhes pessoais que estão na novela, acaba lhe intrigando.
Com isso temos Karine Teles como uma protagonista soberba, que passa por muitos sentimentos e personalidades, onde ela precisa transitar entre personalidades para buscar a verdade, sem criar alardes.

Pelo distanciamento entre a protagonista e a novela, há núcleos distintos para trazer as informações ao espectador, sem indicar como eles podem se juntar. E essa diferença mantém o ritmo da história, e sabe aproveitar alguns ganchos para falar da produção e bastidores de uma produção de novela.
Estes diversos personagens dão uma dinâmica não esperada, pois eles não servem apenas para explicar ao público o que a protagonista não sabe; eles vão além, trazendo outras subtramas, sem precisar de Roberta em muitos momentos.
O desenvolvimento de tudo é lento, como bons espaços para respiro e trocando de núcleos em pontos de virada, conforme a novela mostra um novo capítulo e Roberta acha que está chegando perto da verdade.
Os personagens que fazem os atores da novela, são usadas para alguns momentos que podem até soar como crítica ao sistema, como o ator que procura Roberta para suavizar seu sotaque nordestino, ou a atriz escolhida pela sua presença digital do que trabalhos anteriores.
Há muito a se dizer, e pouco tempo de filme para isso, então não espere grandes conclusões ou algo que possa ser impactante, o ritmo lento do começo, acaba interferindo nos atos finais, onde eles são mais rápidos e conclusivos.
A Vilã da Nove funciona bem com quem acompanha novela, mas conversa bem com que gosta de boa história no cinema, além de uma protagonista e história que são interessantes, e que tem pontos importantes na abordagem.
Nota: 3/5
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