Cinema, Crítica de Filme

Caindo na Real | Crítica

Em uma boa comédia, que entende como criticar governo e monarquias, Caindo na Real surpreende em sua história.

No filme acompanhamos Tina (Evelyn Castro) que, de uma hora para outra, se descobre uma rainha de verdade, a rainha do Brasil. Além de precisar trocar a vida em uma lanchonete no subúrbio carioca pelo comando da nação, com desafios inesperados, ela precisa governar o país e ainda fugir das artimanhas políticas do conselheiro real, Alaor (Maurício Manfrini). E, no meio dessa reviravolta, Tina ainda se vê dividida entre Maurício (Victor Lamoglia), um príncipe refinado e elegante, e Barão (Belo), motoboy pagodeiro que sempre lutou pelo seu coração.

A comédia dirigida por André Pellenz (Minha mãe é uma peça) pode inicialmente parecer inofensiva, mas aos poucos ela trata de elementos da monarquia e de democracia, sabendo colocar as críticas e seus detalhes nos diálogos aos poucos, mostrando que mesmo tendo como função divertir, ela entende o meio onde está inserida.

O protagonismo de Evelyn é puramente cômico, o roteiro prefere inicialmente falar de costumes, elementos e diferenças entre a monarquia e um governo democrático, porém conforme o longa cresce e vamos conhecendo os personagens, vemos que há uma visão crítica em alguns momentos, mesmo com uma comédia romântica que rege toda a estrutura do filme.

O roteiro segue a protagonista de perto, trazendo todas as suas descobertas ao espectador, e principalmente as escolhas do elenco secundário sobre a rotina de Tina, e como ela pode ser tirada do poder, como a futura rainha do Brasil. Mesmo com um filme que aborda um outro tipo de política, há como perceber os entraves para se chegar ao poder.

Crédito: Serendipity Inc

O elenco secundário composto por Maurício (Victor Lamoglia) e Marlene (Maria Clara Gueiros) é interessante não só pelos bons personagens, mas pela estrutura que trazem ao filme, todos incorporam bons diálogos e agregam ao seu jeito ao filme. O destaque acaba sendo Barão (Belo) que faz aquela típica persona de comédia romântica que luta pelo seu amor desde a primeira cena, a diferença é que o longa usa Belo como cantor em um cena chave, com direito a uma música feita especialmente para o filme.

Claro que a maioria das críticas feitas pelo longa estão ligadas ao último governo, mas ele acaba sendo um pouco maior, para mostrar os entraves políticos que estamos acostumados a ver, para se alcançar algum cargo importante, mesmo com o clima leve de Caindo, há sim, alguns detalhes que o espectador irá encontrar, principalmente se acompanhar política.

As relações entre os personagens trazem as melhores cenas, a química entre os atores/personagens é perfeita e bem conduzida, com boas cenas e momentos que agregam a linearidade da história.

Mesmo com as cutucadas, digamos assim, é uma comédia romântica em sua concepção. Não tem uma cena para surpreender o espectador e o longa nem tenta algo assim, pela jornada apresentada. 


Caindo Na Real não é uma comédia para se prestar atenção, com uma das melhores do ano, mas é um filme que tem uma mensagem a passar e a executa bem, com um bom elenco.

Nota: 3/5

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