Mesmo com a distopia e a sociedade tomada por robôs, a animação brasileira não esquece de lembrar o verdadeiro valor da família.
Se adoção já é um tema difícil, por casais que muitas vezes não conseguem, seja por escolhas afetivas ou por serem fora da tal família tradicional, agora imagina uma robô que adota duas crianças, ou melhor, dois irmãos após conhecê-los em um orfanato. Essa é a história de Nadi em Placa Mãe.
Em uma Minas Gerais distópica e com diversos robôs ajudando em tarefas da sociedade como recolher os resíduos e alguns possuem pequenos ajudantes em casa. Mesmo com um traço 2d, as criações de cenários são belíssimas e repletas de detalhes.
Mesmo com toda essa parte tecnológica, com uma robô com uma tocante personalidade, o filme consegue ser real, principalmente quando traz elementos que fazem sentido nas relações, as diferenças ficam pelas diferentes perspectivas da distopia.
Nadi sofre o mesmo que muitos casais não comuns passam na adoção como a falta de confiança, a pressão da sociedade e os diversos desafios impostos para que ela desista do processo de adotar essas crianças.
Vemos todas essas abordagens por um único personagem, o influenciador digital e senador Assaf, que em suas lives e nas manobras políticas ataca Nadi, principalmente quando um dos meninos foge de casa.
O roteiro do diretor Igor Bastos também abraça os aprendizados da robô com as crianças, como elas ensinando a protagonista a cozinhar, e além disso temos a cultura da região incorporada aos elementos básicos, de uma forma sutil, com algumas surpresas pros mineiros espalhados pela história.
As relações são importantes e o ponto principal da trama principal, há como entender as intenções do diretor com extrema facilidade, mesmo com tanta tecnologia, até mesmo a relação de Nadi com o pai tem seus motivos.
Um filme para toda família e com diversidade em tramas e em subtramas que sabem a hora de encantar, surpreender e conscientizar.
Nota: 4/5
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