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Chabadabadá | Crítica

Chabadabadá se utiliza de seus bons personagens e nuances para falar de sentimentos e envolvimentos em relacionamentos.

Crédito: Victor Juca

Dirigida por Tuca Siqueira (Amores de Chumbo) e Júlia Moraes (Big Jato) e escrita por Anna Carolina Francisco, a produção se passa no Recife e conta a história do jornalista e cronista Quincas (Matheus Nachtergaele), que foi deixado pela sua mulher, Rita (Lalá Vieira), e se vê perdido. Enquanto tenta se recuperar, ele conhece Joana (Hermila Guedes), mas tem dificuldade de se permitir e encarar de frente suas emoções. A história é baseada em crônicas do livro homônimo do jornalista e escritor cearense Xico Sá.

O protagonismo de Matheus parece soberano, mas a densidade da história ao poucos se dilui pelos episódios para uma história ampla, cheia de detalhes e com diversos sentidos e amplitudes importantes.

Os episódios parecem isolados por darem o tempo das histórias e mostrar de como elas estão conectadas, com até certa simplicidade. Os destaques acabam sendo de como há histórias com que o espectador pode se conectar, e se sentir reconhecido, mesmo em personagens com índoles não tão legais.

Esse reconhecimento e realidade fazem com que você assista os episódios com facilidade, além de se reconectar, além de termos as surpresas de como elas irão se ligar, entre eles e como ela irá introduzir os novos personagens nas sequências de episódios.

Mesmo sendo sobre relacionamentos, a trama é maior, trazendo outros tipos de relações, como as que temos no trabalho, as profundas, familiares, e claro, as românticas. E o roteiro se preocupa em trazer uma nova abordagem para cada uma. Mesmo com histórias curtas, há pluralidade e dinamismo.

A linearidade da trama principal fica a cargo de Quincas que encontra um novo amor na veterinária Joana, e conforme esse novo relacionamento se desenvolve, vamos nos abrindo para outros momentos, mas sempre voltando à história do primeiro casal.

Quincas inclusive se mostra um homem fiel às suas convicções e como um novo relacionamento não é algo transformador pessoalmente ou no trabalho, ele não se estende para se modificar, com isso ele demonstra dificuldades de se ligar ao seu novo amor, e os episódios trabalham esses pontos conforme avançamos.

A filmagem se mantém sempre a mesma, mesmo quando ele foca em outras histórias ou elementos, sempre estamos vendo tudo de perto, colado aos acontecimentos, quase com uma visão proximal.

Todos se apropriam de seus personagens, seja pela realidade que transmitem ou pelos sentimentos que precisam transmitir. Não temos cenas intensas ou grandes arcos dramáticos, por causa da comédia leve e descontraída, mas tudo se encaixa bem aqui. 

Há também momentos de quebra da quarta parede, que são sincronizados e alocados em momentos chave, principalmente por Quincas, como se os personagens precisassem conversar com o espectador e colocar suas opiniões naquele momento longe da cena principal 

As histórias são plurais, intensas e com arcos definidos, mas há como se sentir parte dela, seja pelos bons personagens ou a forma com que vamos conhecendo um a um. 

Nota: 4/5

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