Terra de Ciganos une música, cotidiano e relatos pessoais em um filme que conta lentamente seus fatos.
O filme dirigido por Naji Sidki faça sobre o povo ciganos, sua cultura e rotina, porém o filme busca um olhar também musical em histórias reais.
A trama tem diversos personagens, mesmo com uma cultura no centro, o roteiro busca nas músicas, o ponto de encontro e a forma de transitar em as histórias apresentadas.
Com isso, algumas repetições são vistas, sejam pelos pontos de escolha onde as músicas entram, ou pela tentativa da trama tentar juntar os elementos secundários, o que muitas vezes, não ocorre bem.
Não que o filme não tenha pra onde ir, ele sabe quais são os personagens que podem contar uma boa história, e a câmera sempre está perto para captar isso, porém há como perceber, quando iremos trocar de narrativa ou de contador de história.
Inclusive temos boas histórias e músicas para ouvir e conhecer, há um cuidado pra procurar pluralidade, seja no comércio de trocas, os relacionamentos entre eles e até mesmo rotina de trabalho são mostradas no filme.
Inclusive o dialeto é mantido em boa parte do filme, mantendo a linguagem como algo a ser trabalhado também. Isso dá mais estrutura ao filme e consegue trazer mais um elemento a ele.
Ele não surpreende estruturalmente, mas é primoroso em histórias apresentadas, além de sempre estar perto dos personagens reais escolhidos, o filme sabe usar as cores, a rotina, os diálogos e as músicas como algo imponente, criando pequenos arcos.
Estes arcos são separados pelas pessoas escolhidas, que agregam cada um a seu jeito e forma, trazendo algo rico para a tela, pois entende a importância de cada novo personagem.
A fotografia inclusive sabe utilizar os vestidos longos e coloridos como pontos nos locais e ser a referência visual na ‘cena’ que vemos.
As músicas podem até serem utilizadas nos mesmo momentos, mas as escolhas, sejam nos artistas ou nas canções regionais, foram certeiras, com a música sendo mais um elemento aqui.
Terra de Ciganos cumpre seu papel de trazer a história do povo cigano através da música e histórias de perto, e mesmo com algumas repetições técnicas, sabe contar a história do povo em questão, por saber priorizar o que contar e como contar.
Não Parece Mas É Sério 