Cinema, Crítica de Filme

Saudade fez Morada Aqui Dentro | Crítica

Em um longa tocante e familiar, Saudade fez Morada Aqui Dentro é uma jornada emocional a partir de uma problema de um grave problema de saúde.

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O filme conta a história de Bruno (Bruno Jeferson), um menino de 15 anos que está perdendo a visão de forma irreversível. Com todas as incertezas da adolescência, amplificadas pela cegueira iminente, o filme converte o destino trágico de seu protagonista em um relato de aprendizagem coletivo.

A direção de Haroldo Borges é primorosa, por nos deixar próximo da família durante todo o percurso e mostrar para o espectador que nosso círculo próximo é quem lida com o problema de frente, e os outros ficam no suporte.

Bruno tem uma jornada de aceitação que passa por diversos momentos, desde aceitação do avanço da sua doença, da mudança de rotina e ainda ter que passar pela fase da adolescência. Essa pluralidade traz um grande resultado na tela.

O roteiro avança devagar, para deixar os personagens falarem e mostrar as relações entre os personagens, deixando muitas vezes, Bruno de lado, para revelar outros temas e principalmente, quem está próximo a família do protagonista neste momento.

A preocupação da mãe com Bruno passa não só pela perda de visão, mas pelas preocupações normais, pela idade e a relação com o irmão, e como ela preenche a tela como a matriarca perfeita e cheia de semelhança com as nossas mães.

O longa se passa no interior da Bahis e somos inundados pelas paisagens locais, os cenários escolhidos passam a realidade que a família de Bruno passa, seja pela casa simples, o local com pouca estrutura e a escola pública com poucos recursos para auxiliar o protagonista na nova vida.

A escola inclusive faz um papel importante, de como ela sempre tenta o seu melhor para não só incluir Bruno na rotina escolar, mas que ele possa aprender os conteúdos de alguma maneira, o professor que fica com ele nos momentos de maior aprendizagem é tocante e esquenta o coração dos professores que assistem.

A emoção é presente, mas sempre ganha outros ares nos novos atos e quando a doença se torna o principal problema na vida de Bruno, é impossível ficar indiferentes nos arcos dramáticos e nas problemáticas que nos são apresentadas.

A dose de elementos é presente, mas são dosados pelos atos, priorizando as narrativas e as relações. A montagem é linear, usando Bruno como referência, mas sempre traz algo junto, como a homofobia que uma de suas amigas.

Mesmo com tudo é um filme adolescente, seja pelas descobertas, pelas novas relações, por priorizar relações fora do círculo familiar e fazer algo realmente perigoso, porém sem perder a estrutura criada.

Saudade é uma jornada de emoção, bem dosada e estrutura, que não esquece da importância da família nos momentos mais difíceis. 

Nota: 5/5

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