Cinema, Crítica de Filme

Fantasma | Crítica

Mesmo com um tema pesado e complexo, a trama consegue divertir e ser descontraído com seus bons núcleos.

Fantasma é um filme chileno, dirigido por Martín Duplaquet (Revelação Fatal), que conta a história de José (Willy Semler), que, após enfrentar dificuldades pessoais e financeiras, decide voltar ao crime, formando uma gangue de assaltos a bancos em Santiago do Chile entre 2006 e 2012. A história é baseada no caso real de Juan Abello, um famoso ladrão de bancos.

Mesmo com um tema complicado que consiste em tirar dinheiro de pessoas que não tem conhecimento no sistema bancário, o filme tem uma estrutura próxima a uma comédia do que um tom sério e investigativo.

A fuga de gênero não faz de Fantasma um filme negligente, ele tem uma trama concisa, bem montada e executada, que consegue com facilidade trazer o grupo de ladrões e ainda ter a preocupação de construir núcleos e bons personagens.

Isso também está aliado a bons personagens caricatos que com bom figurino, constroem o que vemos aqui de um forma que cativa com facilidade, seja pela estrutura ou pelas subtramas.

As cenas de roubo são as melhores, seja pela filmagem que fica próximo do protagonista, e troca rapidamente para os outros elementos da cena, como as distrações e os outros personagens que influenciam o andamento.

A suavidade percebida não altera a gravidade dos fatos e da forma com que o grupo faz os roubos, não há sangue ou violência, mas até dinheiro de senhoras de idade eles pegam, sem sentir remorso ou qualquer tipo de culpa.

O interessante é justamente isso, que o grupo percebe suas ações como corretas e estão apenas corrigindo alguns erros bancários, e que eles merecem o dinheiro que conseguem. 

Há excessos de personagens, mas o bom roteiro tem cuidado de estabelecer cada um e cuidar para que ele cresça à sua maneira na trama principal, com isso, temos até cenas que saímos de um protagonista isolado para um trio que se complementa a cada novo roubo.

A fotografia e figurinos também são explorados aqui, sejam os diversos disfarces que os personagens precisam usar, e os como eles serão usados em cena, e novamente temos cenas intensas e ao mesmo tempo divertidas.

Os roubos são o ápice do longa, mas ele se preocupa com o redor dele, seja com o pós e o planejamento, além dos policiais que estão buscando pistas a cada nova retirada de dinheiro de um cliente, onde não foi usada uma arma sequer e não há registros de violência.

O único ponto do filme são os exageros que vem da comédia do filme, e em alguns momentos, eles perdem o ponto e passam do caricato para o estranho, porém nada que incomode o espectador.


Fantasma consegue até brincar com um tema sério e tem um grande elenco disposto a contar essa história.

Nota: 4/5

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