Cidade De Deus: A Luta Não Para traz novos personagens e tramas, mas não esquece da onde veio, seja tecnicamente,na tensão nos diálogos ou vida real vista de perto.
Cidade de Deus (2002) é um marco no cinema nacional, seja pela narrativa ou quatro indicações ao Oscar em 2003, incluindo melhor direção para Fernando Meirelles e Kátia Lund, é um longa primordial para se falar do cinema nacional, e em algum momento teríamos um produto como sequência ou que lidaria com os acontecimentos dele, e temos Cidade de Deus: A Luta Não Para, série que estreia no Max em agosto.
A série mostra o mesmo local, a cidade de deus, depois de vinte anos dos eventos do filme, mas ao assistir ao primeiro episódio, algo se mostra claro, que a série vai se apoiar nos personagens originais inicialmente para seguir sua nova trama.
Assim como o filme, a narração é de Buscapé (Alexandre Rodrigues) que conta a história para o espectador e apresenta os personagens, e aqui temos a proximidade com o filme original, onde ele conta como eles chegam ao ponto da série, podendo até ser um caminho interessante para quem não viu o filme, falando de todos e ligando alguns pontos interessantes.
O episódio tem o cuidado de ser explicativo e adicionar as novas camadas, seja pela filha de Buscapé, a relação de Barbantinho (Edson Oliveira) e Berenice (Roberta Rodrigues) com a comunidade, tentando corrigir os erros do passado e aos poucos, com boas cenas acrescentar os novos personagens.

Como no filme, temos uma câmera próxima aos eventos, até mesmo trêmula, para trazer as sensações do material original, como também uma forma de homenagem, até a cena da galinha, tem seu momento nesse recomeço.
Novamente temos a história pela ótica de Buscapé, porém a direção de Aly Muritiba (Cangaço Novo) e o roteiro dá espaço aos novos personagens explicando sua trajetória até aqui, sem se apoiar tanto na narração. A relação que deve ser o ponto principal dos episódios se mantém com Curió (Marcos Palmeira) que é o chefe da boca (sim, temos a frase ‘quem disse que a boca é tua’) e Bradock (Thiago Martins) que sai da cadeia e quer retomar seu lugar.
Além da sua história de poder e conquista, a série não esquece do thriller de ação do longa, principalmente a sensação de perigo e tensão no ar em momentos chave, além da ação quando temos os embates entre polícia e combate ao tráfico de drogas.
Essa estrutura é construída ao longo do episódio, que deixam claro que veremos diversas subtramas pela temporada, porém a advogada Jerusa (Andréia Horta) é a dona desse primeiro episódio, que mesmo com pouco tempo de tela, se mostra uma personagem a se prestar atenção.
Inicialmente temos diversos excessos, por termos muitos personagens sendo apresentados, a união de tramas e ainda ser uma sequência de um grande produto audiovisual, mas a montagem final é perfeita, dando espaço ao que precisa ser mostrado.
O final é impactante (sem spoilers), abrindo espaço para especulações do que veremos nos próximos episódios da série exclusiva da Max.
Cidade de Deus: A Luta Não Para estreia dia 25 de agosto na Max, e a primeira temporada é composta por seis episódios, que estreiam semanalmente na plataforma.
Nota: 5/5
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