Filme japonês traz assuntos sensíveis sobre as complicações das relações familiares.
Dirigido por Izuru Narushima (Soromon no Gishou) é um filme que possui uma grande profundidade emocional pela forma como aborda as complexas dinâmicas das relações familiares.
A direção de Narushima entrega uma narrativa envolvente que equilibra os momentos de tensão e ternura, oferecendo ao espectador uma reflexão profunda sobre o que significa ser parte de uma família.
A trama explora a busca por conexão e pertencimento; Seiji Kamiya (Koji Yakusho), um artesão de cerâmica que vive sozinho em uma vila nas montanhas do Japão, enfrenta um dilema quando seu filho Gaku retorna do exterior. Ele é engenheiro em uma grande empresa na Argélia, decide deixar sua carreira para seguir a profissão do pai, uma decisão que Seiji não aceita facilmente.
Paralelamente, Marcos (Lucas Sagae), um brasileiro que mora nas proximidades, estabelece uma amizade com Seiji depois de ter sido ajudado por ele em um momento difícil. Marcos encontra em Seiji a figura paterna que lhe faltava e também se interessa pela cerâmica. Enquanto isso, Gaku e sua noiva Nadia enfrentam uma situação que transforma suas vidas e sonhos. Juntos, esses personagens terão que superar suas diferenças e construir novos laços familiares, enfrentando os desafios emocionais que surgem pelo caminho.

A direção de Narushima é sensível, ele captura interações entre os personagens com um grande autenticidade. Os atores entregam ótimas performances, e traz personagens cujas emoções e motivações são exploradas com grande sutileza. Cada um é trabalhado com uma profundidade que permite ao público se conectar com suas histórias e dilemas pessoais, tornando a experiência ainda mais impactante.
O roteiro é elaborado, com temas universais como o amor, o sacrifício, a culpa, e a redenção. A narrativa não se apressa, e permite que a história se desenrole de forma natural. A trama é complexa, mas nunca confusa, e cada cena contribui para o desenvolvimento dos temas centrais do filme.
A cinematografia é agradável. Cada enquadramento é cuidadosamente composto, e utiliza luz e sombra para acentuar o tom da narrativa. A paleta de cores escolhida reforça as emoções das cenas, onde cria uma atmosfera que é tanto bela quanto melancólica.
A trilha sonora também merece destaque, pois complementa perfeitamente o tom do filme, com uma camada extra de emoção nas cenas. É um exemplo de como todos os elementos cinematográficos, quando bem utilizados, podem criar uma experiência memorável.
O filme não apenas deixa o espectador tocado, mas também estimula uma profunda reflexão sobre as complexidades da vida familiar. Família convida o espectador a revisitar suas próprias vivências e relações, e com toda certeza deixa qualquer pessoa que assiste impactada com a sutileza que é os temas são abordados.
Nota: 5/5
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