O Anel de Eva usa uma tragédia familiar para trazer para falar de origens, e mostrar que o pior das pessoas passam de geração em geração.

Depois que seu pai adotivo morre, Eva Vogler (Suzana Pires) recebe alguns objetos que remetem a sua origem. Depois de uma pesquisa ela percebe que um desses objetos pode ter uma origem nazista e então, começa a pesquisar seu passado.
O longa dirigido por Duflair Barradas (The boy in the room) opta pelo suspense e pelas descobertas da protagonista para seguir sua história, e apresentar os personagens ao seu redor, seja família ou vizinhos.
Mesmo com a apresentação do nazismo logo nas primeiras cenas, o roteiro não foca neste elemento, e sim nas relações interpessoais da protagonista e seu trabalho, e ir aos poucos falando da sua adoção e elementos que envolvem o anel.
Esse desenvolvimento é primordial para essa trama, pois Eva não tem uma relação ruim com os pais adotivos, trabalha na fazenda deles, é reconhecida por isso, e apenas relação com o ‘irmão’ é estremecida, pois ele não concorda que ela seja herdeira da fazenda, mesmo que ele não realize nenhum trabalho no local.
Essa normalidade que vemos no início é quebrada aos poucos, nas descobertas da protagonista quando ele busca suas próprias respostas, e sempre temos a sensação de algo errado, de uma tensão que pouco se explica, porém somos imersos essa estrutura, a partir de bons diálogos e uma interpretação intensa de Suzana Pires.
Algumas saídas que o roteiro busca podem até ser fáceis ou sem criatividade em alguns momentos, mas aqui servem para dar ritmo e não precisar de grandes explicações para seguir em frente.

Mesmo com alguns momentos simples, os rumos escolhidos pelos roteiro servem mais para adicionar informações a Eva e ao espectador sem criar uma linha do tempo ou ligando pontos entre as histórias.
Um exemplo seria Martin (Odilon Wagner) que passa de um vizinho desagradável, como um elemento importante para o destino de Eva, mas sem ser orgânico e linear, as voltas que o filme dá (que são ótimas) apenas apontam para este personagem, saindo do óbvio.
Entende-se que estamos vendo um filme inventivo quando ele pouco sai da fazenda, e do entorno para contar a trama principal, ele fica sempre próximo, claro que algumas saídas ajudam, porém o saldo final é positivo.
As nuances são diversas, e cabe ao espectador entender os temas, não que eles sejam complicados ou cheios de meandros, mas a trama principal usa os diálogos para ajudar na investigação do passado.
Mesmo não sendo uma investigação propriamente dita, e sim do passado da protagonista, a atmosfera de suspense se encaixa perfeitamente, e aliado a grandes atuações do elenco, O Anel de Eva é diferente na proposta e história.
Nota: 3/5
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