Cinema, Crítica de Filme

1798 – Revolta dos Búzios | Crítica

1798 – Revolta dos Búzios prefere manter o didatismo e a história ao seu lado durante seus atos

O diretor Antonio Olavo partiu dos “Autos da Devassa”, um documento com mais de 2.000 páginas manuscritas no calor da hora com o desdobramento minucioso da grande investigação sobre os acontecimentos. Eles cobrem um período de agosto/1798 a novembro/1799, e são transcrições de dezenas de sessões da Devassa, incluindo a íntegra dos longos depoimentos de mais de 70 pessoas envolvidas na conspiração.

As escolhas narrativas são claras e constantes, manter o didatismo e deixar o fato ser contado através de vozes que se alteram pelos atos, com poucas cenas, para deixar os fatos falarem por si.

Isso evidencia todo o trabalho histórico que o longa possui, dando detalhes de datas, nomes e locais em diversos momentos para construir a linha histórica, e dar a importância de como tudo ocorreu com os seus representantes.

Com isso temos um filme montado como um documentário histórico que tem uma riqueza na histórica, mas prefere fazer outras escolhas, como não ter um rosto e voz mantido em alguns momentos,

Isso causa um certo distanciamento com o espectador, que entende e percebe o que vê, mas tem dificuldade de se ligar com os eventos, já que o rosto e voz tende a mudar por causa das cartas e da linha que o diretor constroi.

A única quebra que ocorre fica nas escolhas das trilhas que não seguem a estrutura que vemos em tela, não que elas quebram o ritmo, mas ela tem uma função diferente aqui.

As pessoas utilizadas imprimem o caráter dramático necessário nos textos/manuscritos que estamos acompanhando na linha histórica, e com isso temos uma boa escolha por não nos ligarmos, porém falta a empatia com tudo.

1798 acerta no tom histórico e como contar a sua história, só a repetição que incomoda um pouco, já que parece um documentário longo do que um filme que tenta mexer com as emoções do espectador, porém a força e importância histórica está nele.

Nota: 3/5

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