Longa disponível no É Tudo Verdade mostra um lado mais intimista do diretor, que descobre um passado emocionante na cidade de Navarra em uma viagem diferente, pra dizer o mínimo.
Dirigido por Oskar Alegria (The Search for Emak Bakia), é um documentário ousado e criativo onde ele foca na mobilidade, e constrói a partir disso, uma espécie de filme na estrada. Porém, em vez de ir de carro, ele vai a pé, acompanhado apenas por um burro chamado Paolo.
Com o animal, ele percorre trilhas próximas das montanhas de Artazu, em Navarra, perto da cidade natal de sua família, para recuperar sons e imagens de um passado interrompido. Ele usa uma câmera super-8, a mesma que o seu pai guardou cuidadosamente e com a qual Oskar registra o que encontra nessa viagem, que é repleta de encontros, animais, relíquias históricas e grandes emoções que o dominam ao longo do caminho.
O protagonista transmite uma poesia em harmonia com a paisagem e o cenário, onde ele e Paolo vão captando sons que completam o silêncio dos filmes rodados com a mesma câmera por sua família há mais de quarenta anos.
Este filme torna-se um diário de uma viagem antropológica, cheio de entusiasmo por parte do Oskar e mesmo que as emoções sejam fortes, torna-se uma viagem divertida, que emana o amor pelo cinema e pelos ancestrais.
Zinzindurrunkarratz promove a movimentação de maneira lenta para poder observar ao seu redor, traz improvisação e empatia com o meio ambiente, e acima de tudo, silêncio, para deixar o espectador ouvir o vento e a natureza.
Uma das grandes qualidades do documentário é a maneira como ele combina elementos visuais e sonoros para criar uma experiência imersiva.

Ao acompanharmos sua história com o lugar que ele está explorando é evidente sua emoção e cativa o espectador, somos apresentados a personagens reais e suas histórias. Essa abordagem humanizada, principalmente também com o burro Paolo, acrescenta camadas de profundidade e emoção ao filme.
Em resumo, Zinzindurrunkarratz é um documentário visualmente deslumbrante e emocionalmente envolvente. Oskar Alegria demonstra habilidade em combinar elementos estéticos e narrativos para criar uma experiência cinematográfica única. Se você está interessado em conhecer e se conectar com histórias familiares e descobertas ancestrais, este documentário é uma escolha imperdível.
Nota: 5/5
*Filme visto no É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários
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