Em nova versão musical, filme não tem medo de tocar em temas sensíveis e encanta o público com atuações brilhantes
Após quase 40 anos, a Cor Púrpura ganha uma nova versão cinematográfica. Baseado no livro homônimo de Alice Walker (1982), o filme adaptado em 1985 por Steven Spielberg, com Whoopi Goldberg e Oprah Winfrey no elenco, agora chega aos cinemas em uma nova versão musical, com roteiro de Marcus Gardley (Foundation) e direção de Blitz Bazawule (Black Is King).
A história se passa no começo do século XX no sul dos Estados Unidos e retrata a realidade enfrentada por Celie (Fantasia Barrino), uma jovem negra, abusada pelo pai e obrigada a se casar com um homem violento, que a agride física e psicologicamente.
É nesse cenário, que A Cor Púrpura retrata temas sensíveis, como a violência de gênero, o racismo, o machismo e o patriarcado, porém, a maestria do filme está na delicadeza com que contrapõe essas questões com as temáticas da amizade e do amor.
O elenco se destaca não apenas pela excelente atuação de Fantasia Barrino, no papel da protagonista Celie, mas coloca em primeiro plano as atrizes Taraji P. Henson, como Shug Avery e Danielle Brooks, como Sofia, que dão um show. As atrizes roubam as cenas e transmitem perfeitamente as emoções das personagens, sendo impossível não se emocionar com elas.
A adaptação musical foi feita de maneira brilhante. As músicas se encaixam nos momentos certos e tornam-se ainda mais impactantes com a interpretação das atrizes, que colocam a emoção certa em cada música, o que complementa a atmosfera do filme. Bons exemplos são as atrizes Phylicia Pearl e Halle Bailey, que dão vida às irmãs Celie e Nettie como jovens. Além de uma sincronia perfeita nos papéis, a dupla se destaca no canto, afinal, os números musicais interpretados por elas são impecáveis e tocam no coração do público.
Em uma sociedade que ainda hoje tem a violência contra a mulher, o racismo e o machismo como realidades, A Cor Púrpura se apresenta como um filme de extrema importância, ao tratar esses temas de maneira clara, possibilitando a reflexão do público.
NOTA 5/5
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