A cinebiografia do famoso cantor de Reggae se esforça para conseguir entregar algo digno da pessoa que ele foi, porém, terminando o filme, sentimos que algo está faltando.

Dirigido por Reinaldo Marcus Green (King Richards) e protagonizado por Kingsley Ben-Adir (Invasão Secreta), Bob Marley: One Love foca no momento mais importante da carreira do cantor, onde ele sobrevive a um tiroteio e decide fazer uma turnê para espalhar sua mensagem ao mundo, impactando diretamente em um momento político crucial de seu país.
A trama mostra poucos flashbacks de sua infância e juventude, focando apenas no final dos anos 70, pouco antes de sua morte. Então, para a nova geração que não o conhece tão bem, tenha faltado um pouco mais de sua história para se tornar de fato uma biografia.
Lashana Lynch (A Mulher Rei) interpreta Rita, a esposa de Bob, que é a responsável por aproximar ele de sua religião e impactar diretamente em suas músicas, que acabam espalhando a mensagem de Jah não só aos rastafáris da Jamaica, mas em nível global. Sua presença no filme é indispensável para entendermos como Robert Nesta Marley era em sua vida pessoal, por trás do famoso Bob Marley nos palcos, e como lidava com seus problemas (inclusive com o câncer que acaba tirando sua vida aos 36 anos).

A fotografia, os cenários e a escolha das músicas são boas, além da ótima atuação de Kingsley no papel principal, encaixando perfeitamente no jeito “relaxado” que Bob aparentava ser de fato na vida real, que mesmo com diversos problemas, encontrava motivos para sorrir e manter a calma.
A decisão do roteiro de deixar de fora o momento em que Bob traz a paz entre os partidos rivais de seu país, unindo-os em seu show, não foi acertada, optando apenas por colocar o vídeo real da ação após o fim do filme. Visto que esse foi um dos momentos mais marcantes (e que foi um assunto importante ao decorrer do filme), que mostra como sua influência ultrapassou o meio musical e tornou-se um símbolo eterno da luta pela liberdade e igualdade, gerando-lhe até uma condecoração da “Medalha da Paz do Terceiro Mundo” pela ONU em 1978.
No geral, esta biografia não alcança a expectativa criada pelos fãs que a esperam por anos, dando a impressão de algo inacabado, que falta elementos para se tornar realmente boa. Porém, sabe agradar nos momentos musicais e de tensão, principalmente na busca por quem Bob quer ser para o mundo, tornando-se então, mediana.
Nota: 3/5
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